quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Ataques à democracia: Deputado confessa ter financiado o 8/1

A Décima-quinta fase da Operação Lesa Pátria do Departamento da Polícia Federal ( DPF ) teve como alvo na manhã de hoje ( Vinte e nove de agosto de Dois mil e vinte e três ) o deputado estadual Amauri Ribeiro que, no dia Seis de junho, ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás e proferiu frases típicas de auto - delação sobre os atos golpistas de Oito de janeiro.


Ribeiro: confissão de financiamento de atos golpistas deve complicar bolsonarista

“Eu também deveria estar preso. Eu ajudei a bancar quem estava lá, pode me prender. Eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalha. Eu ajudei, eu levei comida, eu levei água, eu dei dinheiro. Eu acampei lá e também fiquei na porta, porque sou patriota. O dinheiro não veio de fora não”, desferiu o deputado que, logo após a repercussão negativa de sua fala, enviou ao ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ), Alexandre de Morais, pedido para que não fosse preso.

“Pediu, levou. Tão bom ver alguém realizando seus sonhos… Hoje foi o Amauri Ribeiro, deputado estadual de Goiás, que admitiu ter financiado atos golpistas e pediu que o DPF o prendesse. Coisa linda! Toc toc toc”, postou no Twitter o deputado federal Rogério Coreia (  do Partido dos Trabalhadores - PT do Estado de Minas Gerais - MG ) sobre o deputado Ribeiro, que se tornou réu em janeiro de Dois mil e vinte e três devido a uma postagem homofóbica e racista denunciada pelo Ministério Público ( MP ).

Por ter admitido o envolvimento com atos terroristas em Brasília dia Oito de janeiro e também o financiamento dos acampados em frente aos quartéis, Ribeiro teve o celular apreendido pelo DPF que cumpriu mandados de busca e apreensão contra o deputado em suas casas em Goiânia e Piracanjuba, cidade onde foi vereador e prefeito.

A operação Lesa Pátria do DPF visa a identificar pessoas que incitaram, participaram e financiaram a invasão e os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes. Em nota, o DPF declarou que “os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito ( EDD ), golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo”.

Apoiador do ex - Presidente da República ( PR ) Jair Messias Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ), Ribeiro apareceu em vídeo divulgado pouco antes do segundo turno das eleições de Dois mil e vinte e dois incentivando bolsonaristas a se armarem para participar de um golpe caso o então candidato a PR Luiz Inácio Lula da Silva ( do Partido dos Trabalhadores - PT ) vencesse. “Se o seu presidente ganhar, vai acontecer uma guerra civil no país. E eu sou reservista. Se eu for convocado, eu vou para a rua e vou empunhar uma arma. Deus que te livre de estar do outro lado nessa luta”, disse ele em ato de campanha de Bolsonaro.

Conforme divulgado pela rede de notícias a cabo ( Cable News Network ( CNN ), uma ala do Partido União Brasil, partido de Ribeiro, está defendendo a sua expulsão.

Deputado tem registros de ilicitudes dentro e fora da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás


A ficha de Ribeiro, que começou o mandato de deputado cometendo infração ao tomar posse de chapéu e com a esposa sentada em seu colo, é bem grande. O regimento da Assembleia Estadual de Goiás não permite o uso de chapéu, mas ele usa com frequência. Em agosto de Dois mil e vinte e um, em discurso em defesa da propriedade privada, Ribeiro afirmou que a vereadora Lucíula do Recanto ( do Partido Social Democrático - PSD ) “merecia um tiro na cara”.

“Eu fico p… quando vejo uma vereadora invadindo a casa de um cidadão, igual a essa vereadora de Goiânia que se diz protetora de animais. Arrebenta o portão da casa de um cidadão, sem mandado, sem ordem judicial, porque ela também não é polícia, nem com ordem ela podia, e invade uma casa. Para mim, merecia um tiro na cara”, disse ele.

Em vídeo de fevereiro de Dois mil e vinte e dois Ribeiro aparece abrindo a porta de um carro e agredindo o motorista durante uma discussão em Piracanjuba. A vítima disse que a briga foi motivada por causa de um áudio que gravou criticando Ribeiro que em janeiro de Dois mil e vinte e três se tornou réu por racismo. Ele postou, em abril de Dois mil e vinte e dois, foto de uma mão branca apertando o punho de um braço negro com uma roupa de arco - íris ( símbolo do movimento LGBTQIAPN+ ). Embaixo, a frase “na minha família não”.

Em entrevista ao jornal O Popular em fevereiro de Dois mil e dezenove, Ribeiro declarou que a Assembleia Legislativa era uma “casa de mulheres” onde até “modelos” lá estavam ali para “servir os deputados”.

“É isso que é aquela Assembleia. Uma pouca vergonha. Se você entrar naquela casa, me desculpa o palavreado, vai lá para você ver. Naquela Assembleia tem casa de mulheres, de meninas, de assessoras que ficam por conta de deputado. É brincadeira”, afirmou, insinuando que as funcionárias eram escolhidas pela beleza. “Algumas moças são contratadas para ficar à disposição de deputado. Tem mulheres que são contratadas, só top, só modelo, que estão ali para servir deputados. Como comissionadas não fazem nada”.

No site do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás ( TJGO ) é possível localizar pelo menos quatro processos criminais contra o parlamentar, segundo o site BHAZ. “Entre eles, o que responde judicialmente por ter espancado a filha de Dezesseis anos em novembro de Dois mil e quinze após encontrar fotos íntimas da adolescente no celular dela”. As fotos da filha agredida foram parar nas redes sociais. Dias depois o deputado ainda teve a coragem de divulgar vídeo ao lado da filha dizendo que não se arrependia das agressões.

Em Dois mil e quinze, quando era prefeito de Piracanjuba ( GO ), Ribeiro foi afastado pela Câmara Municipal por ter sido condenado após agredir um pedreiro em Dois mil e dez, quando ainda era vereador.

Com informações da:

Agência PT de Notícias 

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