Mensagens sugerindo um possível “policiamento direcionado” e imagens de listas de cidades com as maiores votações dos então candidatos à Presidência da República ( PR ) e Luiz Inácio Lula da Silva ( do Partido dos Trabalhadores - PT ) e Jair Messias Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ) estão entre os indícios que resultaram na prisão do ex-Diretor-Geral do Departamento da Polícia Rodoviária Federal ( DPRF ), Silvinei Vasques, detido nesta quarta-feira ( Nove de agosto de Dois mil e vinte e três ), em São José, na Grande Florianópolis ( Capital do Estado de Santa Catarina - SC ).
Vasques foi detido preventivamente por ser alvo de uma ação do Departamento da Polícia Federal ( DPF ) que investiga a interferência no segundo turno das eleições de Dois mil e vinte e dois. Telefone celular, computador e passaporte de Vasques foram apreendidos. Na tarde desta quarta-feira ( Nove de agosto de Dois mil e vinte e três ), Vasques foi conduzido a Brasília, onde foi levado à Superintendência do DPF.
A investigação apura que esses locais com maior votação em favor de Lula teriam recebido blitzes do DPRF no dia do segundo turno, ação que teria influenciado no deslocamento de eleitores até os locais de votação.
Segundo informações da Agência Estado ( AE ), três fotos aceleraram a investigação do DPF e a prisão de Vasques em SC. As imagens estariam arquivadas no telefone celular da delegada de polícia do DPF Marília Alencar, diretora de inteligência do Ministério da Justiça na gestão do bolsonarista Anderson Torres.
As fotos foram tiradas no dia Dezessete de outubro de Dois mil e vinte e dois, treze dias antes do segundo turno da eleição. A primeira imagem mostra uma folha de papel com um painel de inteligência intitulado ‘Concentração maior ou igual a Setenta e cinco por cento – Lula’. Em seguida, é disposta uma lista de Dezessete municípios situados em Seis Estados das Regiões N e NE, como Crato ( no Estado do Ceará - CE ), Parintins ( no Estado do Amazonas - AM ) e Paulo Afonso (no Estado da Bahia - BA ).
Ainda segundo o DPF, no mesmo dia em que a foto foi tirada, a delegada Marília Alencar teria uma reunião com o então ministro Anderson Torres às Onze horas. A imagem foi capturada às Onze horas e vinte e três minutos, o que levou os investigadores a concluírem que há ‘fortes indícios de que esta fotografia tenha sido realizada para esta reunião’.
As outras duas imagens, tiradas antes, mostram listas de municípios de Goiás ( GO ) e de Minas Gerais ( MG ). Na foto que trata do Estado comandado por Romeu Zema — considerado, à época do pleito, como decisivo para o segundo turno — aparecem duas colunas: uma com o total de votos do Estado e outra com o título ‘Bolsonaro’.
Mensagens citam “policiamento direcionado”
Outro ponto da investigação divulgado nesta quarta seriam trocas de mensagens de policiais sobre uma reunião da cúpula do DPRF. A conversa afirma que Vasques teria pedido um “policiamento direcionado” no dia da votação nessas cidades.
Segundo a investigação do DPF, a reunião teria ocorrido entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais de Dois mil e vinte e dois. Vasques teria afirmado que Bolsonaro defendia a instituição e que, por isso, a corporação precisaria estar ao lado dele.
Na decisão em que autorizou a prisão de Vasques, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal ( STF ), classificou como “ilícita e gravíssima” a suposta conduta de Vasques relatada pela investigação do DPF.
Conforme ele, a ação teria indicativos de uso irregular da máquina pública para dificultar o trânsito de eleitores, interferindo no processo eleitoral.
Próximos passos
Após ser preso na Grande Florianópolis, Vasques foi levado ainda na tarde desta quarta - feira ( Nove de agosto de Dois mil e vinte e três ) para Brasília. Ele ficaria na Superintendência do DPF na capital federal, onde seria ouvido em depoimento. A previsão é de que, nesta quinta-feira ( Dez de agosto de Dois mil e vinte e três ), ele seja levado à Penitenciária da Papuda.
Depois da prisão, a Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPI ) dos atos de Oito de janeiro informou que estuda uma convocação para que ele preste novo depoimento. Além disso, Vasques vai seguir respondendo ao inquérito que apura se houve ação deliberada para prejudicar eleitores de Lula.
Em junho de Dois mil e vinte e três, Vasques já foi ouvido pela CPI, que ação de golpistas que invadiram a sede dos três poderes. Na ocasião, ele negou que tivesse participado de irregularidades na corporação e sustentou que as operações feitas foram parte da rotina dos agentes do DPRF.
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