Dados obtidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito ( CPMI ) dos Atos Golpistas e revelados pelo jornal O Estado de São Paulo na quarta-feira ( Dezesseis de agosto de Dois mil e vinte e três ) confirmaram a movimentação de Oito vírgula quatro milhões de reais em contas do tenente-coronel Mauro Cid, ex -ajudante de ordens do ex - Presidente da República ( PR ) Jair Messias Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ), e transações no valor de Dois vírgula três milhões de reais em contas em que ele era procurador de Bolsonaro. A partir da quebra do sigilo bancário, foi possível constatar também a incompatibilidade do volume de recursos nas contas bancárias de Mauro Cid com o que ele declarou na Declaração de Imposto sobre a Renda de Qualquer Natureza ( IR ), uma média de trezentos e dezoito mil reais por anos.
Entre Dois mil e vinte e Dois mil e vinte e dois, as contas de Mauro Cid tiveram Quatro vírgula cinco milhões de reais em depósitos e Três vírgula cinco milhões de reais em débitos, sem considerar transferências entre contas de mesma titularidade. O valor depositado nas contas ( três vírgula cinco milhões de reais ) é cinco vezes maior do que a renda dele como servidor público federal.
“Vamos fazer as contas: salário líquido de cerca de Dezessete mil reais. Em Um ano, aproximadamente Duzentos e cinco mil reais. Em Três anos, Seiscentos e doze mil reais. Mas Mauro Cid teria movimentado Oito vírgula quatro milhões de reais em Trinta e seis meses. A conta não fecha. De onde veio e para quem foi esse dinheiro?”, questionou o senador Fabiano Contarato ( PT do Estado do Espírito Santo ) pelo Twitter.
Do total de Dois vírgula três milhões de reais movimentados pelo tenente-coronel nas contas em que era procurador de Bolsonaro, foram registrados créditos de Um vírgula um milhão de reais em três anos, e débitos de Um vírgula dois milhão de reais. Cerca de Cento e dezenove mil reais entraram em fevereiro de Dois mil e vinte, mês com maior volume de depósitos.
“A quantia de Oito vírgula quatro milhões de reais movimentados em três anos levanta sérias questões sobre a transparência e a origem desses fundos, há margem para dúvidas e questionamentos sobre a origem desses valores. Precisamos nos atentar ao fato de que, segundo revelado, a administração de Dois vírgula três milhões de reais como procurador das contas de Bolsonaro, com um mês específico registrando Cento e dezenove mil reais em depósitos, é algo gravíssimo e que requer análise criteriosa. Esses dados levantam dúvidas significativas sobre a prestação de contas e a ética financeira, exigindo uma investigação mais aprofundada para entender a totalidade da situação, além de reforçar todas as denúncias de crimes cometidos por Bolsonaro e os seus aliados”, analisou o senador Rogério Carvalho ( PT do Estado do Sergipe ).
Produzidos pela Secretaria Especial de Receita Federal ( SERF ) do Ministério da Fazenda ( MF ), que elaborou relatório de movimentação financeira em contas corrente e poupança, os documentos mostram também que Cid recebeu Um vírgula dois milhão de reais em suas contas entre maio e agosto de Dois mil e dois, logo antes das eleições presidenciais, e gastou cerca de Duzentos mil reais somente com seu cartão de crédito internacional.
A movimentação desse volume de recursos incompatível com a renda declarada é apenas mais um dos escândalos envolvendo Mauro Cid, seus familiares e Bolsonaro, na opinião do deputado Zeca Dirceu ( PT - do Estado do Paraná ), líder da bancada na Câmara dos Deputados ( CD ). “É preciso que se aprofundem as investigações para conhecer a origem do dinheiro e o que foi feito com ele”, defendeu Dirceu.
Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( COAF ) divulgados recentemente mostraram que seis ajudantes de Bolsonaro movimentaram Onze vírgula nove milhões de reais, valores incompatíveis com os respectivos patrimônios declarados, segundo matéria publicada terça-feira ( Quinze de agosto de Dois mil e vinte e três ) no portal. Metade do valor, cerca de Seis vírgula sete milhões de reais, foi movimentado por Cid, preso em maio por falsificação de cartões de vacina. Ele e o pai, o general Mauro Lourena Cid, recentemente viraram alvos de operação do Departamento da Polícia Federal ( DPF ) que investiga esquema de desvio e venda de joias obtidas em viagens oficiais de Bolsonaro. Na casa do tenente-coronel o DPF encontrou Trinta e cinco mil reais guardados em um cofre.
O DPF investiga também repasses de dinheiro feitos por Cid pai e filho para Bolsonaro e para a ex-primeira-dama Michelle. Na operação Lucas Capítulo Doze : Versículo Dois, executada dia Onze de agosto de Dois mil e vinte e três, o DPF encontrou indícios de que eles e outros militares sacaram dinheiro em espécie e depositaram ou entregaram para Bolsonaro e esposa. A suspeita é de que parte desse dinheiro veio da venda ilegal de presentes como as joias dadas a Bolsonaro pela Arábia Saudita. O DPF tem um áudio em que Cid fala que seu pai tinha Vinte e cinco mil dólares em espécie que precisavam ser levados a Bolsonaro.
Com informações da:
Agência PT de Notícias
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