De passagem por Brasília, a deputada Beatrix von Storch, vice-presidente do partido neonazista Alternativa para a Alemanha (AfD), foi recebida de braços abertos por um dos filhos de Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF). Ambos disseram ter muito em comum com a alemã, que é neta do ministro das Finanças de Hitler, Lutz Graf Schwerin von Krosigk.
No Twitter, Eduardo Bolsonaro postou fotos ao lado de Beatrix e afirmou: “Somos unidos por ideais de defesa da família, proteção das fronteiras e cultura nacional”. Bia Kicis também celebrou o encontro. “Conservadores do mundo se unindo para defender os valores cristãos e a família”, postou na mesma rede social.
O AfD é visto na Alemanha como uma ameaça à paz e à democracia. Em março passado, tornou-se o primeiro partido, desde o fim da Segunda Guerra, a ter suas atividades monitoradas pelo serviço de inteligência alemã por suspeitas de atentar contra a Constituição.
Seus líderes adotam um discurso de ódio que motiva ataques a estrangeiros e vivem dando declarações simpáticas ao nazismo. Alguns anos atrás, um de seus membros, Alexander Gauland, chocou os alemães ao defender a atuação nazista na Segunda Guerra, dizendo que o país deveria se orgulhar de seu exército de então.
Após postar uma foto ao lado de Beatrix no Twitter, Bia Kicis recebeu uma longa resposta do Museu do Holocausto no Brasil, instituição que busca informar as novas gerações sobre o horror da tentativa de extermínio do povo judeu empreendida pelos nazistas, para que nenhuma perseguição do tipo se repita.
“A Alternative für Deutschland (Alternativa para a Alemanha) é um partido político alemão de extrema-direita, fundado em 2013, com tendências racistas, sexistas, islamofóbicas, antissemitas, xenófobas e forte discurso anti-imigração”, alertou o Museu do Holocausto. “É evidente a preocupação e a inquietude que esta aproximação entre tal figura parlamentar brasileira e Beatrix von Storch representam para os esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto no Brasil e para nossa própria democracia”, completou.
Esta não é a primeira vez que bolsonaristas demonstram simpatia pelo nazismo ou por movimentos racistas e de ódio. Em janeiro de 2020, o então secretário de Cultura do governo Bolsonaro, Rodrigo Alvim, publicou vídeo no qual copiava trechos de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha nazista. Em junho passado, o assessor da Presidência para assuntos internacionais Filipe Martins se tornou réu na Justiça Federal por ter feito um gesto racista durante audiência no Senado.
Com informações de pt.org.br .
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