terça-feira, 27 de julho de 2021

Epidemia: assessor da saúde da Casa Branca desautoriza prática da dispensa do uso de máscaras em vacinados

Há pouco mais de um mês, Jair Bolsonaro deu mais um passo para consolidar sua estratégia de sabotagem ao combate à pandemia. No dia 10 de junho, o extremista de direita afirmou que o ministro da Saúde Marcelo Queiroga iria anunciar um parecer para desobrigar o uso de máscaras em pessoas vacinadas e recuperadas da Covid-19. Pois bem. Neste domingo (25), o assessor de saúde da Casa Branca Anthony Fauci, considerado um dos maiores especialistas em infectologia dos EUA, desautorizou a prática da dispensa do uso de máscaras no país, mesmo em pessoas vacinadas com duas doses.

Os EUA estudam a volta do uso de máscaras mesmo para pessoas vacinadas


O especialista criticou o relaxamento ao afirmar que o país vai na “direção errada” na pandemia e que está em uma situação “desnecessária” de novos casos de Covid-19. O infectologista afirmou que considera a volta do uso do equipamento de proteção individual para pessoas imunizadas. Fauci também lamentou o número de americanos que não se vacinaram e atribuiu a nova onda de infecções aos que decidiram não se imunizar. “Este é um problema predominantemente entre os não vacinados, e é por isso que estamos lá, praticamente implorando aos não vacinados que saiam e se vacinem”, afirmou o infectologista.

Com mais de 600 mil óbitos por causa da doença, os EUA, que vinham registrando uma queda significativa no número de contágios e mortes com a aceleração da vacinação, foram atingidos pela variante delta. Por causa da resistência de uma parcela conservadora da população em se vacinar, Fauci se disse “muito frustrado” com o andamento da crise sanitária no país.

Fauci disse à CNN que participa constantemente de reuniões para tratar do uso de máscaras no país. Os EUA imunizaram cerca de 50% da população, segundo informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Pelo menos 163 milhões de americanos tomaram duas doses da vacina contra a Covid-19.

Enquanto o país lida com as consequências do negacionismo deixado como legado por Donald Trump, aliado de Bolsonaro, técnicos do governo estão estudando a possibilidade de aplicar uma dose de reforço para conter novas variantes da doença. Fauci sugeriu que o alvo inicial de uma dose extra são pessoas que receberam transplante de órgãos e pacientes com câncer.

“Aqueles que são pacientes que fizeram transplante, quimioterapia, têm doenças autoimunes, estão em regimes imunossupressores, são o tipo de indivíduo que, se houver uma terceira dose, o que provavelmente acontecerá, estariam entre os primeiros (elegíveis)”, disse Fauci à CNN.

Com informações de G1 e pt.org.br .

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