Já são 1.224 dias sem saber quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes e por quê? Nas últimas semanas, surgiram novos desdobramentos no caso: a quarta mudança de delegado na condução das investigações e as promotoras do Ministério Público que acompanhavam o Caso Marielle e Anderson desde o início pediram afastamento da força-tarefa de investigação.
São 3 anos e 4 meses, desde que Marielle e Anderson foram executados e desde então pouca coisa se sabe sobre as reais motivações para o crime. Agora, diante de todas essas questões, mas principalmente sobre a saída das promotoras do MP/RJ, Simone Sibilio e Letícia Petriz, do caso, foi lançado no dia 14 de julho, o Comitê Justiça por Marielle e Anderson.
O Comitê é fruto de uma articulação permanente e coletiva, entre as famílias de Marielle e Anderson, o Instituto Marielle Franco, a mandata da vereadora Mônica Benício, a Anistia Internacional Brasil, a Coalizão Negra por Direitos, a Justiça Global e a Terra de Direitos.
“O Comitê atua com o propósito de seguir cobrando por justiça por Marielle e Anderson, para que as investigações não sejam interrompidas e nem boicotadas. E que possamos finalmente chegar nas respostas que o mundo inteiro quer: quem mandou matar Marielle e Anderson? E por quê?!” aponta trecho da Nota Oficial.
O Comitê atuará coletivamente por meio de ações de mobilização e incidência nacional e internacional, na busca por justiça, intensificação e unificação dos esforços de pressão e acompanhamento por parte da sociedade civil e familiares das vítimas.
Ao lançar o Comitê, os representantes das organizações também realizaram o ato “Interferência Não!”, em frente ao MPF do Rio de Janeiro, exigindo que não haja intervenções externas nas investigações. Foi lançado uma plataforma para envio de e-mail ao Governador do Rio e ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para que respondam os questionamentos sobre o caso. “Precisamos de ajuda para lotar a caixa de mensagens das autoridades, colocando mais pressão, exigindo um posicionamento e a renovação do compromisso com a elucidação do caso!”, aponta trecho da nota sobre o Comitê.
Para assinar a petição, é só clicar na imagem:
“São muitas mudanças em um dos casos de violência mais emblemáticos desse país e a sociedade precisa está comprometida com a elucidação desse caso. É preciso que a gente esteja mais do que nunca unidos cobrando justiça por Marielle e Anderson, isso é fundamental, mas não só por esse caso, mas para a democracia brasileira”, destacou a vereadora Mônica Benício (PSOL/RJ), viúva de Marielle.
Na semana passada, numa reunião paralela ao conselho de direitos humanos da ONU, a diretora do Instituto Marielle Franco, Anielle Franco, cobrou que a ONU incidisse diretamente nos casos de violência policial, e trouxe como exemplo, casos como o de Kathlen, a chacina do Jacarezinho e o assassinato de Marielle Franco. “Nós vamos seguir pressionando, cobrando, na luta porque queremos saber quem mandou matar e por quê?”, apontou Anielle.
Novas reviravoltas no caso
No dia 16 de julho foi noticiado que a viúva do miliciano Adriano da Nóbrega, Julia Mello Lotufo, propôs novo depoimento ao Ministério Público do estado (MP-RJ), em caráter de delação premiada, no entanto, este ainda não foi aceito pelo órgão. No dia 18 de julho, a Polícia Federal prendeu Elaine Lessa, mulher do policial reformado Ronnie Lessa, apontado pela Polícia Civil como o homem que executou Marielle e Anderson.
Com informações de Elas por Elas, Instituto Marielle Franco e pt.org.br .
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