quinta-feira, 22 de julho de 2021

Epidemia: mulheres vão às ruas em 24/7 protestar por vacina e emprego

As mulheres do PT irão participar das manifestações nacionais contra o desemprego e a fome, a favor do impeachment de Bolsonaro, por vacina e pelo auxílio-emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia do Coronavírus.


Elas são as mais afetadas pelo desemprego, mais suscetíveis à fome e às consequências das crises sanitária e econômica que afetam o país. Atualmente, quase metade dos lares brasileiros são sustentados por mulheres. Segundo o IBGE, o percentual de casas com comando feminino saltou de 25% em 1995 para 45% em 2018 e já chega a 34,4 milhões. No entanto, pesquisas mostram que, geralmente, mesmo sendo responsáveis pelo sustento de suas famílias, as mulheres brasileiras ganham cerca de 27% a menos do que os homens.

Na última semana, a fila atrás de ossos em um açougue do Mato Grosso, capital do agronegócio, e a volta dos fragmentos de arroz nos supermercados foram as principais demonstrações de que a fome voltou de vez. Os fragmentos eram usados para ração de animais e, por conta do baixo valor nutricional, não eram disponibilizado para consumo humano. Com a alta dos preços dos alimentos, o produto foi para as prateleiras do supermercado.

“O peso das consequências nefastas da pandemia caiu sobre as costas das mulheres. Desde os impactos mais tangíveis como a fome, as mortes por Covid e o sustento da casa até os mais invisíveis como a violência doméstica e sexual”, aponta Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT.

O baixo valor do auxílio emergencial também prejudicou o sustento das famílias que enfrentam o desemprego e a fome dentro de casa.  Mais de 70% das famílias brasileiras ficaram endividadas no primeiro semestre deste ano. Esse foi o maior patamar de endividamento familiar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), iniciada em 2010.

“A pandemia do Coronavírus impactou as mulheres em escala global, todas foram prejudicadas em alguma medida. No entanto, aqui no Brasil, além do negacionismo, temos um governo genocida que não aplica políticas de proteção social, econômica e sanitária. Pelo contrário, atrasa a vacinação, diminui o auxílio-emergencial e dissemina a desinformação, fazendo com que era ruim, fique ainda pior”, ressalta Anne Moura.  

De fato, globalmente, as mulheres perderam pelo menos 800 bilhões de dólares em renda no ano passado (cerca de 4,3 trilhões de reais), de acordo com um novo relatório da Oxfam InternationalSegundo apuração da CNN, isso é mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) combinado de 98 países, o valor de mercado de US$ 700 bilhões (cerca de R$ 3,8 bilhões) que a Amazon superou no ano passado, ou os cerca de US$ 721,5 bilhões (aproximadamente R$ 3,9 bilhões) que o governo dos EUA gastou em 2020 com o maior orçamento de defesa do mundo, segundo a organização global.

Na esteira da perda de renda, a fome assola os trabalhadores e trabalhadoras latinoamericanos. De acordo com o relatório Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo em 2020, da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 67 milhões de pessoas na América Latina devem enfrentar a insegurança alimentar até o ano de 2030.

“Enquanto bilionários viajam para o espaço, o povo disputa osso para comer. Nós, mulheres do PT, não compactuamos com essa brutalidade chamada desigualdade social. Não cansaremos de erguer nossas vozes e nossos corpos por uma sociedade mais justa e humana”, finaliza Anne. 

Com informações de Ana Clara, Elas Por Elas e pt.org.br .

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