Eleito em Curitiba com 5.097 votos, o vereador Renato Freitas (PT/PR) alerta para a gravidade da abordagem que sofreu da Guarda Civil , durante uma convocação para o ato #24JForaBolsonaro.
O tratamento violento representou um comportamento racista e uma agressão à democracia e às instituições. A agressão também atingiu seus eleitores e todo o universo de curitibanos que o vereador representa.
Após reagir à provocação de bolsonarista, de vítima das agressões, o vereador Renato passou a ser tratado como agressor pela Guarda Municipal que agiu de maneira parcial, truculenta e desrespeitosa.
As imagens mostram Renato algemado, no chão, sendo arrastado por policiais e colocado no porta-malas da viatura. O vídeo também mostra os policiais debochando de Renato e dando risada durante a prisão.
Advogado e mestre em Direito Penal, Criminologia e Sociologia da Violência, Renato conhece de perto os gargalos do sistema. Trabalhou na Defensoria Pública de Curitiba e também atuou como professor universitário e advogado popular. O que, junto ao mandato popular, qualifica sua atuação e incomoda os detratores.
Pela segunda vez, o vereador foi preso em apenas dois meses. Na primeira detenção, o parlamentar foi preso pela Polícia Militar enquanto jogava basquete com amigos ouvindo música. Ele acusou a PM de racismo. A cena gravada em vídeo também registrou comportamento semelhante das forças policiais,
Partido repudiou o crime de ódio
Para o secretário Nacional de Combate ao Racismo do PT, Martvs Chagas, a prisão arbitrária do vereador, pela segunda vez, só demonstra o quanto o sistema está estruturalmente impregnado pelo racismo.
Em nota, o Partido dos Trabalhadores e os diretórios municipal de Curitiba e estadual do PT protestaram contra a prisão do vereador.
O PT também denunciou a ameaça de morte contra Renato. Para o partido, é preciso combater os crimes de ódio que assolam o Brasil e a opressão que se insere no quadro de violência que os grupos periféricos, dentre esses negros e negras, sofrem todos os dias em nosso país.
O presidente Lula e a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, também se manifestaram em suas redes sociais contra a perseguição política que o vereador Renato Freitas sofre. Confira abaixo.
Projeto para regular ação policial
Com foco na melhoria para a segurança pública da população de Curitiba, Renato Freitas protocolou dois projetos de lei na Câmara Municipal, que determina o uso de câmeras corporais e GPS nos Guardas Municipais, e instituição de programa de acompanhamento psicológico e de exames toxicológicos periódicos para os integrantes da Guarda Municipal.
O objetivo é reduzir as situações em que há uso excessivo de violência como forma de proteger tanto a população quanto os próprios agentes da guarda. A iniciativa também busca estabelecer a inversão do chamado “ônus da prova” aos cidadãos e cidadãs que eventualmente sejam abordados de forma excessiva e que, diante da ausência de imagens, tenham dificuldades em comprovar os atos de violência sofridos.
A proposta é que esses aparelhos fiquem ligados por todo o tempo em que o agente estiver em atividade.
Leia a íntegra do PL sobre as câmeras corporais aqui.
Leia a íntegra do PL sobre acompanhamento psicológico aos agentes aqui.
Com informações de pt.org.br .
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