quarta-feira, 9 de junho de 2021

Epidemia: sigilo de 100 anos, condecoração a general e envio de professor ao exterior, são confissão de culpa de Bolsonaro e cúmplices

Em um espaço de poucas horas, Jair Bolsonaro e seus cúmplices realizaram uma série de ações que deixam clara a responsabilidade que carregam pela morte de centenas de milhares de brasileiros na pandemia. A princípio, a imposição de sigilo sobre um processo administrativo, a condecoração dada a um general e a mudança de um professor universitário para outro país podem parecer eventos sem relação. Mas, no atual governo, revelam-se como mais uma escancarada confissão de culpa.

Isso é que é camuflagem!


O primeiro ato foi a vergonhosa decisão do Exército Brasileiro de impor um sigilo de 100 anos ao processo administrativo sobre a participação do general Eduardo Pazuello em um ato político, no Rio de Janeiro, ao lado de Jair Bolsonaro. A determinação do segredo se tornou pública na segunda-feira (7), depois de o jornal O Globo pedir acesso aos documentos, o que acabou negado.

Não há outra conclusão possível a não ser a de que se trata de um capítulo tão vergonhoso para o Exército que a saída encontrada foi proibir o acesso aos documentos por um século inteiro. O regulamento é claro: militares da ativa não podem participar de atos políticos, pois, caso contrário, abre-se a porta para a quebra da hierarquia e da disciplina, os dois pilares fundamentais das Forças Armadas. Mesmo assim, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, arquivou o processo, sem encontrar irregularidades no comportamento de Pazzuelo.

Com a decisão, o general Paulo Sérgio preferiu deixar o Exército fragilizado enquanto instituição do que desagradar Jair Bolsonaro. O que conduz à segunda confissão de culpa: a condecoração do comandante. Também na segunda-feira, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a decisão do atual presidente de conceder a Paulo Sérgio o mais alto grau da Ordem do Mérito da Defesa, honraria concedida a quem presta relevantes serviços ao Ministério da Defesa e às Forças Armadas do Brasil. Alguma dúvida de que Bolsonaro ficou feliz com o perdão que o general deu a Pazuello?

Gabinete paralelo


Por fim, o ato três, que também se tornou público na segunda-feira: o pedido do virologista Paolo Zanotto para se afastar do trabalho na Universidade de São Paulo (USP) por dois anos. Zanotto – aquele que, em reunião com Bolsonaro, falou mal das vacinas e propôs a criação de um “gabinete das sombras” para aconselhar o governo na condução da pandemia – quer morar dois anos no Canadá.

Talvez por não pertencer às Forças Armadas, Zanotto não deve se sentir muito seguro, agora que a CPI da Covid descobriu que o genocídio de Bolsonaro contou com a colaboração de um gabinete paralelo (veja vídeo abaixo). Justamente agora o virologista, que junto com outros especialistas, brincaram com a vida dos brasileiros, ajudando o país a perder quase meio milhão de vidas, que mudar de continente. Culpados costumam agir assim…

Com informações de pt.org.br , Brasil 247Valor e Metrópoles

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