terça-feira, 27 de julho de 2021

Notícias falsas: Bolsonaro requenta fake news para "provar" fraudes em eleições

O principal projeto de Jair Bolsonaro não é agilizar a vacinação contra a Covid-19, combater a fome ou gerar mais empregos. O atual presidente parece ter uma só obsessão: desestabilizar a democracia brasileira, colocando dúvidas sobre as eleições. Agora, disse que vai apresentar, na próxima quinta-feira (29), provas de que as eleições de 2014, nas quais Dilma Rousseff venceu Aécio Neves, foram fraudadas.


Pelo que tem dito em entrevistas e a apoiadores com os quais conversa na entrada do Palácio da Alvorada, Bolsonaro deve requentar uma fake news que foi disseminada a partir de 2018 pela irmã da médica defensora da cloroquina Nise Yamaguchi. Naquele ano, a administradora Naomi Yamaguchi, então candidata a deputada federal pelo PSL, divulgou um vídeo no qual um “especialista” dizia ter encontrado evidências de que as eleições de 2014 haviam sido manipuladas.

Desde então, essa fake news já foi desmentida diversas vezes. A Agência Pública produziu uma primeira matéria comprovando que os argumentos apresentados no vídeo eram falsos em 27 de outubro de 2018, logo após o vídeo de Naomi Yamaguchi ser divulgado (acesse aqui).

Como esse vídeo voltou a circular neste mês nas redes sociais, a agência Lupa voltou a analisá-lo no último dia 12, chegando à mesma conclusão da Pública: a tese mostrada no vídeo é baseada em dados falsos (acesse a análise aqui). Como Bolsonaro continuou repetindo publicamente os argumentos mostrados no vídeo fake, a Lupa fez outra matéria, na quarta-feira passada (21), com o título: “Bolsonaro mente ao apresentar ‘provas de fraude’ nas eleições de 2014 e 2018“.

Bolsonaro não se incomoda em ser constantemente desmascarado porque confia no mesmo sistema que usou para se eleger: a disseminação de fake news pelas redes sociais e grupos de WhatsApp. Como boa parte de seu eleitorado só se informa pelo conteúdo inventado por ele e seus assessores, ele mantém viva a teoria da conspiração de que sua derrota nas urnas em 2022 (caso não sofra o impeachment antes) terá sido fruto de uma fraude. Nada mais sintomático que Bolsonaro planeje apresentar as tais “provas” em uma de suas lives na internet. Aquelas que trazem tantas mentiras que são constantemente retiradas do ar pelo YouTube.

Imitando Trump, que questionou voto impresso


Como Lula já alertou, Bolsonaro imita Donald Trump, que questionou a validade das eleições americanas (que usam voto impresso, aliás) apenas para manter sua base mobilizada após a derrota e acabou provocando uma criminosa invasão ao Congresso dos Estados Unidos.

O fato é que Bolsonaro está cada vez mais isolado e desacreditado, falando apenas para um número cada vez menor de pessoas que consegue enganar. Aécio Neves veio a público recentemente para dizer que perdeu as eleições de 2014 simplesmente porque teve menos votos que Dilma. E a própria deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), autora do projeto do voto impresso, afirma não haver provas de que as eleições no Brasil foram roubadas.

As maiores evidências de fraude em eleições no Brasil, na verdade, são as que levaram Bolsonaro à Presidência. Não por causa da urna eletrônica. Mas porque, graças ao conluio da Lava-Jato, Lula foi impedido de concorrer, e Bolsonaro acabou vencendo graças ao disparo de toneladas de fake news na reta final da campanha eleitoral.

Com informações de pt.org.br .

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