Depois de colher Vinte depoimentos e analisar Novecentos e cinquenta e sete documentos, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito ( CPMI ) do Golpe chega ao fim, nesta semana, com a leitura e a votação do relatório final, previstas para a terça - feira ( Dezessete de outubro de Dois mil e Vinte e três ) e a quarta - feira ( Dezoito de outubro de Dois mil e vinte e três ), respectivamente.
A cargo da senadora Eliziane Gama ( do Partido Social Democrático do Estado do maranhão - PSD - MA ), o relatório deve se tornar um documento histórico. Nele, os brasileiros de hoje e das próximas gerações poderão saber como a extrema direita articulou, financiou e estimulou uma tentativa de golpe de Estado que culminou com os atentados de Oito de Janeiros.
Nos cinco meses de trabalho, o grande feito da CPMI do Golpe foi o de mostrar que a invasão das sedes dos Três Poderes não foi um fato isolado. Ao contrário, foi resultado de um processo golpista que teve como principal articulador o ex - Presidente da República ( PR ) Jair Messias Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ), que merece, portanto, ser um dos indiciados no relatório, como defenderam os parlamentares do Partido dos Trabalhadores ( PT ) na última sessão da CPMI .
Desde que chegou à PR, Bolsonaro atentou contra a democracia, mostrando - se simpático a movimentos que pediam o fechamento do Congresso Nacional ( CN ) e do Supremo Tribunal Federal ( STF ) .
Ao mesmo tempo, usava a estrutura do governo para espalhar fake news ( notícias falsas ) contra adversários políticos e se mostrar como um perseguido da Justiça. Nos dois últimos anos de governo, promoveu uma verdadeira campanha contra o sistema eleitoral, levando milhões de brasileiros a duvidar de qualquer resultado que não fosse a vitória de Bolsonaro .
Sequência de ataques
O resultado dessa estratégia criminosa de desinformação foi o que se viu logo após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais de Dois mil e vinte e dois. Guiados pela máquina de mentiras bolsonarista, brasileiros se transformaram em golpistas, dispostos a criar um cenário de caos que justificasse o acionamento das Forças Armadas .
Assim, bloquearam estradas, tentaram impedir a distribuição de combustíveis, atacaram torres de energia. Em Doze de dezembro de Dois mil e vinte e dois, dia da diplomação de Lula como presidente eleito, os golpistas levaram destruição e terror às ruas de Brasília ( no Distrito Federal - DF ). E, Doze dias depois, na véspera do Natal, três deles tentaram explodir um caminhão-bomba no aeroporto do DF.
O Oito de Janeiro foi apenas o último ato dessa sequência de eventos que fazem parte da mesma tentativa de golpe. Um ato que, conforme a CPMI do Golpe mostrou, contou com a participação de ex-integrantes do governo Bolsonaro, como seu Ministro da Justiça e Segurança Pública ( MJ ) Anderson Torres; militares do Exército, que permitiram a existência de um acampamento golpista por dois meses diante do Quartel - General ( QG ) no DF; e da cúpula da Polícia Militar do DF ( PMDF ), que simplesmente deixou de proteger a Esplanada dos Ministérios como estava previsto .
Hacker, minutas e estudos
Além de reconstituir com clareza essa sequência de eventos, a CPMI do Golpe também descobriu que, enquanto estimulavam a turba a ir às ruas, Bolsonaro e seus cúmplices se reuniram com um hacker e produziam documentos, estudos e minutas que buscavam dar legitimidade ao golpe que planejavam.
Ao lado de outras investigações, conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal ( STF ), o Ministério Público Federal ( MPF ) e o Departamento da Polícia Federal ( DPF ), a CPMI que se encerra comprovou que o Brasil resistiu a um golpe de Estado e foi capaz de identificar os vários atores que participaram desse ataque à democracia. Que seja feita, agora, justiça.
Com informações da:
Agência PT de Notícias
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