A Polícia Civil do Estado de Santa Catarina ( SC ) ( PCSC ) deflagrou, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública ( MJ ), uma operação nacional de combate ao racismo e ao discurso de ódio, que cumpre ao todo Dezesseis mandados de busca e apreensão em Dez Estados no Brasil. O ponto de partida da investigação foi uma série de mensagens racistas enviadas a um servidor público de Blumenau ( na Região do alto Vale do Rio Itajaí ) e sua enteada, negros, que em outubro do ano de Dois mil e vinte e dois publicaram uma foto nas redes sociais com trajes típicos usados na Oktoberfest .
Os ataques pelas redes sociais motivaram a investigação, coordenada pela Delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância ( DRRDI ), que faz parte da Diretoria Estadual de Investigações Criminais ( DEIC ) da PCSC. Ao longo dos últimos Doze meses os investigadores levantaram indícios da atuação de grupos de ódio na internet, inclusive com o envolvimento de adolescentes. Entre os alvos da operação há suspeitos de integrarem células neonazistas.
A PCSC compartilhou as investigações com o MJ e a Secretaria Nacional de Segurança Pública ( SENASP ), que auxiliaram na organização da operação. A deflagração ocorreu a partir de Brasília ( no Distrito Federal - DF ). As informações são mantidas em sigilo, mas a coluna da jornalista Dagmara Spautz ( do jornal Diário Catarinense - DC ) apurou que o Delegado Geral ( DG ) da PCSC, Ulisses Gabriel, acompanha o andamento da operação a partir do DF.
Dos Dezesseis mandados de busca e apreensão emitidos pela Justiça a pedido da DEIC, dois foram cumpridos em SC, em Florianópolis ( Capital do Estado ) e Joinville ( maior cidade do Estado ). Os outros Quatorze foram emitidos para os Estados do Mato Grosso ( MT ), São Paulo ( SP ), Pará ( PA ), Rio Grande do Sul ( RS ), Rio de Janeiro ( RJ ), Paraná ( PR ), Ceará ( CE ), Minas Gerais ( MG ), e DF ( veja abaixo quais são as cidades ), o que mostra a pulverização dos crimes de intolerância pela internet.
O foco dos mandados são materiais eletrônicos, como computadores e celulares, que ajudarão a Polícia a comprovar a abrangência e o nível de organização das redes de ódio.
SC tem se tornado referência no combate aos crimes de ódio e intolerância no Brasil. O Estado foi um dos primeiros no país a instituir uma delegacia especializada para investigar esse tipo de crime, e as apurações têm resultado em prisões de repercussão nacional, com identificação de criminosos dentro e fora do Estado, e também de estrangeiros.
O Ministério Público do Estado de SC ( MPSC ) também possui uma promotoria específica para crimes raciais e de intolerância, concentrada na Capital do Estado. É uma das únicas no Brasil com essa atuação.
Onde são cumpridos os mandados:
SC: Joinville, Florianópolis
PR: Santa Cruz de Monte Castelo, São José dos Pinhais ( Região Metropolitana da Capital )
RS: Rio Pardo, Porto Alegre ( Capital do Estado )
MG: Belo Horizonte ( Capital do Estado )
Ceará: Caucaia
RJ: Rio de Janeiro ( Capital do Estado ), Miguel Pereira
SP: São Paulo ( Capital do Estado ), Itapecirica da Serra
PA: Altamira
DF: Brasília ( Capital Federal ), Planaltina ( cidade satélite )
MT: Primavera do Leste
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