segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Finanças públicas: bens de luxo como iates e jatinhos, pagarão IPVA; pela reforma tributária

Além de beneficiar a população de baixa renda, devolvendo parte do valor dos impostos cobrados, a reforma tributária também prevê a adoção de tributos para bens de luxo como outra medida de justiça fiscal. É o caso da cobrança do Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores ( IPVA ) sobre embarcações, helicópteros e aviões.

Com a reforma, privilégios dos ricos vão diminuir: iates, por exemplo, pagarão IPVA

Atualmente, bens como jatinhos, iates e jet skis não pagam tributo no país. O IPVA é cobrado apenas de proprietários de motocicletas, carros e caminhões.

“ Em um país com desigualdades sociais como o nosso, taxar esses bens de luxo, que estão nas mãos de tão poucos, é uma forma de promover justiça tributária e social. A reforma tributária nos permite corrigir esse tipo distorção. Nós a defendemos pelo bem do povo ” , diz a senadora Teresa Leitão ( do Partido dos Trabalhadores do Estado de Pernambuco - PT - PE ) .

Presidente da Comissão de Direitos Humanos ( CDH ) do Senado Federal ( SF ), Paulo Paim ( do PT do Estado do Rio Grande do Sul - PT - RS ) lembra que o Brasil ocupa a segunda posição no ranking de maior desigualdade de renda no mundo. E, mesmo com as medidas implementadas pelo governo do Presidente da República ( PR ) Luiz Inácio Lula da Silva ( do Partido dos Trabalhadores - PT ) que vêm mudando essa realidade, é preciso ir além.

“ Aqueles que possuem maiores recursos devem contribuir de forma mais significativa. Os valores arrecadados por meio da cobrança de impostos de aeronaves e embarcações de luxo, conforme previsto na reforma tributária, devem ser aplicados em programas sociais e ações de combate à fome, resultando em um investimento total em políticas humanitárias ” , defende Paim.

Na mesma linha, o deputado federal Reginaldo Lopes ( do PT do Estado de Minas Gerais - PT - MG ) afirma que a cobrança de impostos sobre bens de luxo põe fim a privilégios tributários das parcelas mais ricas da população.

“ É uma vergonha um brasileiro, um trabalhador de aplicativo pagar IPVA de sua motocicleta de Cento e vinte centímetros cúbicos por cilindrada, e os super - ricos, com jet skis, lanchas, iates, helicópteros, aviões, jatos, não pagarem nada. Então nós também constitucionalizamos. O Brasil vai cobrar IPVA aquático e aéreo ” , destacou Lopes, em entrevista ao Jornal PT Brasil.

Tributação sobre heranças


A matéria trata ainda do imposto sobre herança. O relator da proposta, senador Eduardo Braga ( do Movimento Democrático Brasileiro do Estado do Amazonas - MDB - AM ) , concorda que o tributo seja progressivo, com alíquotas maiores para grandes heranças. Porém, ele destaca que o índice de progressividade da tributação deve acompanhar o valor da parcela para os herdeiros ( quinhão ) , não o valor final .

“ Afinal, uma herança dividida por vários herdeiros pode não representar um acréscimo patrimonial significativo a ponto de merecer alíquota majorada. O quinhão ou legado, sim, é medida razoável a justificar a progressividade da tributação ” , explica .

Proposta


A reforma tributária visa a reduzir a burocracia e a sonegação fiscal no país. Além de tributar veículos de luxo e tratar de impostos sobre herança, a matéria ainda garante, entre outros, reduzir e até " zerar " a alíquota de produtos da cesta básica, um sistema de cashback – ou seja, devolução do dinheiro de impostos – para famílias de baixa renda e impostos menores sobre medicamentos.

A população também saberá exatamente quanto paga de impostos por cada produto e serviço, garantindo mais transparência.

Segundo uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( IPEA ), Oitenta e dois por cento dos municípios e Sessenta por cento dos Estados do país serão beneficiados – principalmente os mais pobres. Os entes federados, aliás, terão direito a fundos para compensar as perdas de arrecadação.

As novas regras passarão a valer a partir de Dois mil e vinte e seis, com uma transição prevista para durar sete anos. Em Dois mil e trinta e três, as mudanças passam a valer de forma definitiva no país.

A reforma tributária substitui IPI, PIS, COFINS, ICMS e ISS por uma Contribuição sobre Bens e Serviços ( CBS ), que será gerida pela União, e um Imposto sobre Bens e Serviços ( IBS ), gerido por Estados e Municípios.

Com informações da:

Agência PT de Notícias / PT no Senado

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