terça-feira, 27 de abril de 2021

Epidemia: Bozo faz piada com CPF cancelado enquanto país chega a 400 mil mortos por Covid-19

É sintomático que Jair Bolsonaro tenha divulgado, no final de semana, uma foto onde, ao lado do apresentador Sikêra Junior e de ministros de seu governo, aparece segurando um cartaz com um CPF coberto com uma faixa escrita “cancelado”. A expressão “CPF cancelado” é comum entre a polícia e grupos de extermínio ligados à milícia e faz referência à eliminação de “inimigos”. Não é sem propósito que a foto tenha sido divulgada justamente na semana em que o Brasil deve ultrapassar a trágica marca de 400 mil mortos por Covid-19. Ela confirma o afinco com o qual Bolsonaro se dedica a exterminar a população brasileira.

Na semana em que o país deve ultrapassar 400 mil mortos, Bolsonaro divulgou foto com "CPF cancelado"


Enquanto isso, a pandemia avança impiedosamente pelo país, matando mais pessoas nos primeiros quatro meses de 2021 do que em todo ano passado. Foram 195.949 mortes neste ano e 194.976 em 2020. No domingo (25), o país ultrapassou a marca de 390 mil mortes e 14,3 milhões de infectados, segundo o consórcio de veículos de imprensa. A média de mortes segue no altíssimo platô de 2,5 mil óbitos diários.O deboche de Bolsonaro, ocorrido nos bastidores do programa Alerta Nacional, apresentado por Junior, foi durante criticado pelo líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass. “A imagem dele [Bolsonaro] segurando um cartaz de “CPF cancelado”, linguagem de matadores de aluguel, é icônica do período em que o Brasil foi governado por um monstro”, condenou Bohn Gass.

Em meio ao cenário de guerra, Bolsonaro trata de manter-se fiel à estratégia de livre circulação do vírus. Na lamentável entrevista concedida a Sikêra Jr, o ocupante do Planalto voltou a defender que é preciso “parar de fechar tudo” e que “máscara incomoda todo mundo”.  Assegurou ainda que “rapidamente” o país vai chegar a uma imunidade de rebanho e que “não justifica o lockdown”.

600 mil mortos até agosto


Como nada deve mudar nos próximos meses, principalmente no que depender de Bolsonaro, o massacre da população deve continuar. Segundo projeções do chefe de estratégias para saúde pública do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington, Ali Mokdad, o país poderá chegar a 611 mil óbitos por causa da Covid-19 até agosto.

O pesquisador, que faz projeções para a Casa Branca, ressaltou que o Brasil poderá ser o país com mais mortes por habitante no mundo caso o governo mantenha o quadro atual. “Acabamos de finalizar uma nova estimativa que aponta até 611 mil mortes no Brasil até agosto”, declarou Mokdad ao jornal Valor, nesta segunda-feira (26).

“O inverno deve piorar a situação. Por sorte, as vacinas têm se mostrado eficazes em reduzir as mortes, mas a vacinação está atrasada no país”, lembrou o pesquisador.

Falso dilema


Mokdad destaca que ao menos 63 mil mortes podem ser evitadas se medidas de proteção eficazes forem de fato adotadas, como o distanciamento social e a restrição de atividades não essenciais. “Do lado do governo [brasileiro], foram muitas as vozes que não levaram a covid-19 a sério e não deram o exemplo correto, e houve perda de tempo com um falso dilema entre salvar vidas ou salvar a economia. Isso vale principalmente para o presidente Jair Bolsonaro, cujo exemplo influencia muito as pessoas”, disse o cientista.

Com informações de pt.org.br, G1 e RTP.

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