segunda-feira, 3 de abril de 2023

Direitos Humanos: Polícia prende mais 2 suspeitos de neonazismo no RS; seriam da mesma célula nazista que teve 8 presos em SC

Um grupo preso em novembro de Dois mil e vinte e dois no município de São Pedro de Alcântara ( na região metropolitana de Florianópolis - Capital do Estado de Santa Catarina - SC ), ( * vide nota de rodapé ) por suspeita de neonazismo, é apontado pela Polícia Civil do Estado de SC como a “filial” brasileira de uma organização supremacista internacional.



Célula nazista interestadual foi alvo de operação em SC ( Foto : PCSC, divulgação )

— O grupo era o capítulo brasileiro dessa organização — explicou ao Portal NSC Total ( que publica o jornal Diário Catarinense - DC ) o delegado Arthur Lopes, responsável pela investigação.

A apuração aponta que eles tinham regras internas, hierarquia e pagamento de mensalidades. Segundo Lopes, até o momento não foram identificados planos de ataques dos envolvidos, mas havia em seus computadores manuais de fazer bombas, por exemplo. 

O grupo internacional de supremacistas ao qual a polícia se refere surgiu nos Estados Unidos da América ( EUA ) nos anos Oitenta. Ele se expandiu pelo mundo nas décadas seguintes e recebeu propaganda de bandas de rock, que pregavam o ódio racial em suas letras. 

O desdobramento mais recente do caso é a prisão de dois homens na última quarta-feira ( Vinte e nove de março de Dois mil e vinte e três ), em Caxias do Sul, na região serrana do Estado do Rio Grande do Sul ( RS ). A informação foi revelada em reportagem exibida no Fantástico no domingo ( Dois de abril de Dois mil e vinte e três ). Segundo a Polícia Civil do Estado do RS ( PCRS ), eles também fazem parte do grupo preso no ano passado em SC.

Um deles é Fábio Lentino, um operador de áudio na Rádio Gaúcha Serra do Grupo Rede Brasil Sul - RBS. Em nota, a empresa disse que repudia qualquer tipo de descriminação e que está tomando medidas legais para o desligamento do funcionário ( veja nota na íntegra abaixo )

O segundo preso é Rodrigo de Jesus Tavares, um funcionário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ( ECT ). A empresa pública também se manifestou em nota lamentando o ocorrido.

“A ECT lamentam o ocorrido e repudiam quaisquer comportamentos dissociados dos valores defendidos pela ECT. A ECT tomará as medidas administrativas e cautelares cabíveis”, escreveu a ECT. 

À revista eletrônica semanal Fantástico ( da Rede Globo de Televisão  - RGTV ), o advogado da dupla, Alexandre Leite dos Santos, disse que eles negam todas as acusações e que devem se manifestar após ter acesso aos autos do processo.

Oito suspeitos seguem presos

A investigação começou a partir de uma denúncia anônima sobre um encontro de neonazistas em um sítio. Oito pessoas foram presas na ocasião e com elas foram encontradas roupas e objetos com símbolos nazistas. 

— De fato, no local encontramos um grupo de indivíduos adeptos e integrantes de uma organização skinhead neonazista transnacional. Localizamos toda vestimenta utilizada por eles, toda a indumentária que identifica eles como um grupo neonazista — disse Lopes, responsável pela investigação, em entrevista ao Fantástico.

Todos os oito suspeitos presos em flagrante no ano passado seguem em detenção e já foram indiciados. Entre eles estava Laureano Vieira Toscani, um neonazista com ficha criminal por casos de agressão contra negros e judeus.

Um dos crimes mais emblemáticos ao qual Toscani é acusado de agressão contra três jovens judeus em Porto Alegre ( Capital do Estado do RS ) no ano de Dois mil e cinco. No momento da prisão, em Dois mil e vinte e dois, Toscani usava tornozeleira eletrônica. 

A reportagem do Fantástico mostra um depoimento de Toscani à polícia. Na imagem, ele nega que o grupo que integra tenha ligação internacional. 

O advogado que defende os oito presos também falou ao Fantástico. Luís Eduardo de Quadros negou que os clientes sejam neonazistas e afirmou que eles tinham interesse pela história da segunda guerra. 

Veja a íntegra da nota do Grupo RBS

Sobre a prisão temporária de um colaborador em operação policial realizada na quarta-feira ( Vinte e nove de março de Dois mil e vinte três ), o Grupo Rede Brasil Sul ( RBS ) reitera seu repúdio a qualquer forma de preconceito e já está tomando as medidas legais para o desligamento do funcionário.

Respeito e tolerância são valores fundamentais para a RBS e que constam no nosso código de ética e conduta.

P.S.:

Notas de rodapé:

* A prisão de suspeitos de neonazismo em SC é melhor detalhada em: https://claudiomarcioaraujodagama.blogspot.com/2022/11/direitos-humanos-toscani-e-correa-sao.html .

Com informações de:


Catarina Duarte ( catarina.santos@nsc.com.br ) . 

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