sexta-feira, 16 de julho de 2021

Segurança alimentar: mulheres são as mais atingidas pelo fome, diz relatório

Um ano e meio depois do início da pandemia, o número de pessoas que morrem de fome está ultrapassando o das vítimas do vírus, é o que aponta o relatório da Oxfam (Comitê de Oxford para Alívio da Fome). A crise generalizada, como sempre, atinge sobretudo as mulheres.

Fome atinge mulheres brasileiras


Segundo o relatório, o número estimado de pessoas que vivem em extrema pobreza em todo mundo deve chegar a 745 milhões até o final de 2021, um aumento de 100 milhões desde o início da pandemia.

Os grupos marginalizados, principalmente mulheres, pessoas deslocadas e trabalhadores informais, foram os mais atingidos, e 2,7 bilhões de pessoas não receberam nenhum apoio financeiro público para enfrentar a devastação econômica da covid-19.

Anne Moura, secretária nacional de Mulheres do PT

” Estão matando mulheres de fome. Isso precisa ser dito com todas as letras. Quando as mulheres são as mais atingidas, não se trata apenas da mulher individualizada. É um ataque a toda uma forma de existência, à possibilidade de gerar vidas, engajar-se coletivamente, além de silenciar uma outra forma de estruturar a sociedade”, afirma Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT.

No Brasil, o cenário não foi diferente. De acordo com o relatório, o percentual de brasileiros que vivem em extrema pobreza quase triplicou – de 4,5% para 12,8%.

No final de 2020, mais da metade da população – 116 milhões de pessoas – enfrentava algum nível de insegurança alimentar, das quais quase 20 milhões passavam fome — uma tendência de crescimento comparada aos anos anteriores.

E em relação às mulheres brasileiras, a desigualdade de gênero e raça prevaleceu. Os grupos desfavorecidos, incluindo negros, mulheres, pessoas que vivem em áreas rurais e indígenas, foram os mais atingidos no ano passado.

No final de 2020, 11% das famílias chefiadas por mulheres conviviam com a fome, enquanto mais de 10% das famílias negras enfrentavam o problema, em comparação com mais de 7% das famílias brancas. Além disso, 12% das famílias rurais passavam fome, em comparação com mais de 8% das famílias urbanas.

“Não é por acaso que a Oxfam aponta a liderança de mulheres para mudar esse cenário e construir uma sociedade mais justa, humana e democrática. Quando mulheres ocupam espaços, elas deslocam o centro de poder e promovem uma forma mais comunitária de pensar e construir o mundo”, ressalta Anne Moura.

Dentre as propostas apresentadas pela Oxfam para combater o “vírus da fome”, os governos devem:

(1) financiar integralmente o apelo humanitário da ONU e apoiar um fundo global de proteção social

(2) garantir acesso humanitário em zonas de conflito e o fim do uso da fome como arma de guerra

(3) forjar a paz, promovendo a participação e a liderança das mulheres em sua construção

(4) construir sistemas alimentares mais justos, resilientes e sustentáveis

(5) garantir que as mulheres liderem a resposta à pandemia e a recuperação

(6) apoiar uma Vacina Para Todas e Todos

(7) tomar medidas urgentes para enfrentar a crise climática.

Com informações de Elas Por Elas e pt.org.br .

Nenhum comentário:

Postar um comentário