As denúncias de corrupção que pesam sobre os ombros de Jair Bolsonaro, aliadas ao morticínio de mais de meio milhão de brasileiros causado por seu governo genocida, levaram o povo a dizer basta. Pela terceira vez em menos de dois meses, milhares de pessoas tomam as ruas de mais de 260 cidades do país neste sábado (3) para exigir a saída de Bolsonaro do Planalto, vacina para todos e auxílio emergencial digno, de R$ 600. Diante das ameaças golpistas e autoritárias de Bolsonaro, a defesa da democracia e do patrimônio nacional também estão no centro das manifestações. Os protestos também ocorrem em diversas cidades do exterior.
Pela manhã, a exemplo do atos dos dias 29 de maio e 19 de junho, várias capitais abrigaram protestos, como Rio de Janeiro, Recife, Florianópolis, Belo Horizonte, João Pessoa, Belém, São Luís e Goiânia. Berlim, Hamburgo, Dublin e Viena foram as primeiras a registrar manifestações fora do Brasil no início desta manhã.
“Essas manifestações são pelo impeachment de Bolsonaro e pela certeza de que teremos a continuidade da democracia”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE), em vídeo gravado direto da manifestação no Recife. De acordo com Costa, as ruas estão tomadas pela indignação e todas as atenções estão voltadas para os trabalhos da CPI da Covid, instalada no Senado para investigar os crimes de Bolsonaro durante a pandemia.
“Temos a oportunidade de ouvir as pessoas, da expectativa que têm da CPI e do Congresso Nacional, de que a Câmara dos Deputados [possa] abrir um processo por crime de responsabilidade de Bolsonaro”, relatou o senador.
Segundo Humberto Costa, diferentemente das arriscadas aglomerações promovidas por Bolsonaro a população sabe protestar. “Aqui, todo mundo está de máscara, utilizando álcool gel, mantendo o distanciamento social, para mostrar que é possível a gente fazer mobilizações dentro das regras sanitárias”.
Bolsonaro acuado
Nesta semana, Bolsonaro acusou o golpe. À medida que a CPI da Covid avança nas investigações, agora por esquemas de corrupção no Ministério da Saúde, o presidente dá sinais de descontrole. A pressão das ruas só deve piorar sua situação. Nesta semana, por exemplo, ele voltou a atacar membros da comissão: “Não vai ser com mentiras ou CPI integrada por sete bandidos que vão nos tirar daqui”, disse, dias antes de a Procuradoria Geral da República pedir abertura de inquérito para investigar Bolsonaro por prevaricação no caso Covaxin. O cerco está se fechando.
Há uma semana, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), declarou à CPI que avisou Bolsonaro pessoalmente sobre um esquema de propina na compra da vacina indiana Covaxin. O encontro ocorreu no dia 20 de março. Na conversa com Miranda, Bolsonaro teria identificado o líder do governo na Câmara Ricardo Barros como chefe do esquema mas nada fez para investigar e punir os responsáveis.
Defesa do patrimônio nacional
Além da defesa da vida, vacinas e auxílio emergencial, as manifestações deste sábado também agregam a luta para impedir a destruição do patrimônio nacional por meio da privatização e entrega ao capital da Eletrobras e da Petrobras.
Também ganha força o protesto contra o chamado marco temporal para demarcações de terras para comunidades indígenas. Bandeira dos ruralistas, o marco na prática praticamente extingue os direitos dos índios de ocuparem terras que lhe são de direito. O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá julgar o marco temporal em agosto.
A Campanha Fora Bolsonaro é integrada por Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, todos os partidos de esquerda, centrais sindicais, Coalização Negra por Direitos, União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Central de Movimentos Populares (CMP), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Movimento dos Sem Terra (MST), Fórum Nacional de ONGs e outras organizações.
Com informações de pt.org.br .
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