As ruas do Brasil foram ocupadas neste sábado (3) por multidões de brasileiros e brasileiras em mais uma jornada de lutas por vacina, auxílio emergencial de R$ 600 e pelo fim do desgoverno genocida de Jair Bolsonaro. Com os sucessivos escândalos envolvendo o governo, o movimento foi ainda maior que os realizados em 29 de maio e 19 de junho, atestou a CNN Brasil, que cobriu os atos em todo o Brasil.
Em São Paulo, a organização chegou a antecipar em uma hora a concentração na Avenida Paulista. Às 15h20, manifestantes já ocupavam uma faixa da avenida entre o Masp e a Rua Augusta e, em poucos minutos, milhares de pessoas tomaram os dois sentidos da avenida. Às 16h30, o movimento alcançava a Avenida Dr. Arnaldo (túnel). Segundo a Folha de S. Paulo, nove quarteirões da avenida foram tomados.
Presente no ato da Paulista, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, comemorou a adesão de forças políticas de centro e centro direita aos atos. “Isso significa que o movimento para tirar Bolsonaro está crescendo”, avaliou a deputada federal paranaense. “Nós sempre estivemos nessa caminhada e é muito bom ver os que não estiveram se juntarem agora. Precisamos de todos que querem a democracia e tirar o país dessa crise”, comentou para o portal Uol. “Avaliar os erros que eles cometeram e tentar recuperar o caminho do país em uma democracia é bom.”
Em discurso na Paulista, o ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad alertou que o povo ocupará as ruas sempre que a democracia for ameaçada. “Aqui tem gente que lutou pela redemocratização do país. Você é um representante da ditadura militar, um representante mequetrefe, saiu dos porões da ditadura junto com os torturadores. Não se engane, Bolsonaro, você não é dono de nada, está com os dias contados”, atacou o candidato do PT nas eleições de 2018.
Haddad ainda mandou um recado para o presidente da Câmara. “Arthur Lira, você não está na presidência da Câmara para fingir que não tem nada acontecendo na rua. Você já recebeu mais de 100 pedidos de impeachment contra esse psicopata. Tem gente morrendo de fome, gente morrendo por falta de vacinas. Fora, Bolsonaro!”
Ainda na concentração, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o futuro ex-presidente, como “doutor, eu não me engano, Bolsonaro é miliciano” e “Bolsonaro genocida”. Os manifestantes também criticaram os escândalos de corrupção que eclodem na CPI da Covid no Senado Federal.
Além de Bolsonaro, foram alvo dos manifestantes o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), além do procurador-geral da República, Augusto Aras.
O uso da bandeira do Brasil, apropriada pelos movimentos golpistas a partir de 2013, também vem sendo recuperado pelas oposições. “Não vamos deixar um grupo pequeno sequestrar a nossa bandeira”, diziam os manifestantes. Em uma grande faixa em verde e amarelo, escreveram: “Fora Bolsonaro, essa bandeira é nossa”.
Também foi um momento de honrar as vítimas do genocídio bolsonarista nesta pandemia. Familiares e amigos levaram faixas e cartazes em homenagem aos que se foram e gritaram seus nomes. O gesto se repetiu em várias cidades brasileiras.
Na Grande São Paulo, também houve atos em Carapicuíba e Osasco. No interior do estado, os protestos ocorreram em São José dos Campos, na região do Vale do Paraíba, nas regiões de Sorocaba e Jundiaí, em São Carlos e Araraquara, em Araçatuba e em Jales, em Franca e Ribeirão Preto, em Campinas e em Piracicaba, em Bauru e no Alto Tietê.
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Em Brasília, os manifestantes começaram a se concentrar às 16h, em frente ao Museu da República, a dois quilômetros do Congresso Nacional. Todas as faixas em direção à Praça dos Três Poderes foram ocupadas. A ideia era realizar o protesto na Praça dos Três Poderes, mas a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal não liberou o local.
Participantes carregam cartazes e faixas com dizeres “Fora Bolsonaro”, “Somos a favor da democracia”, “Mais de 520 mil mortes”, “Fora Bolsonaro”,“Auxílio emergencial de verdade já”, “Vacina para todos”, “Impeachment já”, “Não tire a máscara, tire o Bolsonaro” e “Bolsonaro Genocida”, além de bandeiras do Brasil e do movimento LGBTQIA+.
No Rio de Janeiro, milhares de manifestantes pediram o impeachment, a vacinação contra a covid-19 e o auxílio emergencial de R$ 600,00. A concentração começou pela manhã no Monumento a Zumbi, no Centro, e seguiu rumo à Igreja da Calendária, em caminhada pela avenida, chegando a ocupar três faixas de pista da Avenida Presidente Vargas.
O gigantismo do ato chamou a atenção do deputado federal Henrique Fontana (PT/RS), que postou imagens em seu perfil no Twitter. “Rio de Janeiro, berço do bolsonarismo, manda um recado bem claro: FORA BOLSONARO!”, lembrou o parlamentar.
Na terra de Fontana, em Porto Alegre, a concentração dos manifestantes começou às 15h no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico. Por volta das 17h45min, o grupo ocupava a Avenida Loureiro da Silva em toda sua extensão, da Usina do Gasômetro até o Largo Zumbi dos Palmares, onde o ato foi encerrado na sequência.
Faixas pediam por mais vacinas, defendiam o impeachment de Bolsonaro, manifestavam apoio a Luiz Inácio Lula da Silva e repúdio à disseminação de fake news. Também havia bandeiras LGBT+, de sindicatos, de movimentos sociais e de partidos políticos. Do carro de som, manifestantes sintetizaram a percepção popular: “Bolsonaro quer propina, o povo quer vacina”.
Atos semelhantes foram promovidos em várias outras cidades gaúchas. Em Caxias do Sul, na Serra, Santa Maria, na Região Central, Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, Passo Fundo, no Norte, e Rio Grande e Pelotas, no Sul do estado.
Em Curitiba, milhares de pessoas se concentraram em frente ao prédio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santos Andrade. Com faixas e cartazes pedindo a saída de Bolsonaro, os manifestantes cobraram também mais vacinas para a população. No interior do Paraná, pelo menos 15 cidades também organizaram manifestações.
Todas as capitais do Brasil registraram protestos contra Bolsonaro. Também chama a atenção a força que a onda anti Bolsonaro começa a ganhar nos médios e pequenos municípios do interior dos estados, nas cinco regiões brasileiras.
No exterior, foram registradas manifestações em pelo menos 15 cidades, entre elas Londres (Reino Unido), Freiburg, Hamburgo, Frankfurt, Munique e Berlim (Alemanha), Aarhus (Dinamarca), Zurique (Suíça), Viena (Áustria), Vancouver (Canadá), Paris (França), Bruxelas (Bélgica), Aveiro e Coimbra (Portugal) e Genebra (Suíça).
Com informações de pt.org.br .
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