Jair Bolsonaro fica cada vez mais envolvido no escândalo da negociação de vacina com propina à medida em que o conteúdo extraído do celular do policial militar Luiz Paulo Dominguetti, confiscado pela CPI da Covid, vem a público. Segundo informações da revista Veja, o atual presidente é mencionado em diversas mensagens trocadas pelo representante da Davati Medical Supplies e outras pessoas que participaram de uma negociação para a venda de 400 milhões de doses de imunizante ao Ministério da Saúde.
Após o Jornal Nacional mostrar uma mensagem na qual Dominguetti disse a um interlocutor que Bolsonaro “foi informado sobre as vacinas”, novas mensagens publicadas pela Veja voltam a implicar o atual presidente. Em 9 de março, Dominguetti, que atuava como representante de vendas da Davati Medical Supplies, trocou as seguintes mensagens com Cristiano Carvalho, CEO da empresa no Brasil:
Dominguetti: “Já me posicionaram aqui. Amanhã até 12h passam o e-mail a ele. Só a quantidade que não tem ainda”
Carvalho: “Informação do (coronel Marcelo) Blanco, posso dizer?”
Dominguetti: “Gabinete da Presidência da República. Melhor que ele”
Quatro dias depois, em 13 de março, Dominguetti diz que uma reunião entre Cristiano Carvalho e Bolsonaro está sendo providenciada: “Estão viabilizando sua agenda com o presidente”, escreve o PM ao CEO.
O nome de Bolsonaro volta a aparecer nas mensagens em 16 de março, quando, ainda segundo a Veja, uma pessoa de nome Renato escreve para Dominguetti: “Ontem o Amilton falou com Bolsonaro, ele falou que vai comprar tudo”.
Amilton é o reverendo Amilton Gomes de Paula, presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), que, apesar de ter esse nome, é uma entidade privada que foi autorizada pelo Ministério da Saúde para negociar as vacinas com a Davati.
Também é do dia 16 a mensagem que já havia sido revelada pelo Jornal Nacional, na qual Dominguetti afirma a um interlocutor: “Segundo informações, o próprio presidente Bolsonaro já foi informado das vacinas”.
Informado desde o começo
As novas mensagens são um forte indício de que Jair Bolsonaro foi informado sobre a suspeitíssima negociação desde o começo.
Como mostrou o Jornal Nacional, foi em 9 de março, data da conversa entre Dominguetti e Cristiano Carvalho, que o diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Monteiro Cruz, enviou um e-mail para o dono da Davati, Herman Cardenas, nos Estados Unidos, autorizando o reverendo Amilton a negociar as vacinas em nome do ministério.
No dia seguinte, em 10 de março, o processo de compra já estava no sistema do ministério e, no dia 12, o então secretário executivo da Saúde, coronel Elcio Franco, se reuniu com Cristiano Carvalho.
Com informações de pt.org.br .
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