segunda-feira, 11 de março de 2019

Aquicultura: empresa pesquiisa cultivo de alga em SC

O Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca ( CEDAP ) da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina ( EPAGRI ) realiza, nos dias doze e quatorze de março de dois mil e dezenove, mais uma etapa do projeto de pesquisa para cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii em Santa Catarina ( SC ). A macroalga produz matéria-prima para as indústrias química e de alimentos e pode representar uma importante fonte de renda para os maricultores do Estado.
A nova etapa do estudo, que vai acontecer na comunidade do Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, consiste na medição das macroalgas para acompanhar o desenvolvimento do vegetal na localidade. Há dez anos esta pesquisa vem sendo desenvolvida no Sambaqui, outra comunidade maricultora tradicional da capital catarinense. A ampliação dos estudos de cultivo da Kappaphycus alvarezii para o Ribeirão da Ilha aconteceu em dezembro de dois mil e dezoito. “Em fevereiro de dois mil e dezenove fizemos a primeira biometria nas algas do Ribeirão e o crescimento foi surpreendente”, comemora Alex Alves do Santos, pesquisador da CEDAP responsável pelo projeto.
Há dez anos a macroalga vem sendo cultivada no Sambaqui com bons resultados. Entre março e abril de dois mil e dezenove, o pesquisador pretende instalar cultivos experimentais em Governador Celso Ramos e na Penha. “Tais ampliações estão sendo realizadas por determinação do IBAMA, órgão licenciador de espécies exóticas, como condicionante para a liberação dos cultivos comerciais da Kappaphycus alvarezii em SC. Atualmente, apenas Rio de Janeiro ( RJ ) e São Paulo ( SP ) estão liberados para cultivos comerciais” esclarece Santos.
A macroalga em estudo pela EPAGRI produz a carragenana, usada como espessante pelas indústrias química e alimentícia. Só em dois mil e quinze o Brasil importou mil oitocentos e trinta e seis toneladas de carragenana ao custo de dezesseis milhões de dólares.
“Como estratégia, pretendemos iniciar os cultivos comerciais da Kappaphycus alvarezii integrados ao de moluscos, diversificando a produção e aumentando a renda dos produtores. Não queremos que ninguém deixe de produzir moluscos. As algas serão a segunda espécie. No futuro, cada produtor poderá avaliar o que é melhor para si, ou seja, continuar com a integração ou partir para o monocultivo de algas”, justifica Santos.
Em busca de autorização para cultivo comercial
“Os maricultores estão ansiosos para iniciar na nova atividade, nos cobram semanalmente notícias sobre o assunto”, revela Santos. Para atender a esta expectativa, EPAGRI e Universidade Federal de Santa Catarina ( UFSC ), parceiras no projeto, atuam também na obtenção da autorização para os cultivos comerciais. Em dezembro de dois mil e dezoito a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca ( SAR ) de SC e a reitoria da UFSC encaminharam ofícios ao governo federal solicitando liberação da atividade. A pedido da EPAGRI e UFSC, os maricultores, através de suas associações, realizaram a mesma ação. A Câmara Setorial da Maricultura, foi outra que se manifestou. O próximo passo será acionar a bancada catarinense em Brasília para uma cobrança política, exigindo tratamento igualitário ao RJ e SP. Enquanto estas ações burocráticas são levadas a cabo, os pesquisadores estão realizando a secagem das algas e o armazenamento de um volume maior, que será encaminhado a uma empresa brasileira de processamento, para extração da carragenana.
O grande entrave para iniciar a produção comercial do vegetal marinho em SC está nas exigências do IBAMA. A preocupação do Instituto é que esta alga, por ser exótica, se alastre pelo mar. No entanto, Santos afirma que já foi amplamente comprovado que esta possibilidade não existe. Diversos artigos científicos de vários pesquisadores nacionais e o próprio experimento em SC, que já dura dez anos, embasam esta afirmação. Ele ressalta ainda que esta alga foi introduzida no Brasil em mil novecentos e noventa e cinco, na região Sudeste do país, e nunca foi observada a emissão de qualquer estrutura reprodutiva.
A alga é nativa de regiões tropicais do continente asiático, como Indonésia e Filipinas, que são maiores produtores mundiais, por isso ela não conseguiu se reproduzir no Brasil. A propagação dela no Brasil é vegetativa. Os plantios e replantios são realizados com pequenos ramos retirados do vegetal. Os ramos rebrotam e crescem em ciclos que variam de trinta a sessenta dias, dependendo da época do ano. No verão os ciclos são menores e vão aumentando à mediada que esfria.
“É de conhecimento público que as médias de temperaturas da água do mar dos estados de SP e RJ são mais elevadas do que em SC. Então, se podem cultivar algas lá, deveríamos poder cultivar aqui também. Este é nosso principal argumento técnico quanto à segurança ambiental de cultivo”, descreve Santos. Ele conta que as temperaturas da água do litoral catarinense não permitem cultivo do vegetal durante os meses de junho, julho e agosto. “Se por um lado, isso é um problema do ponto de vista de cultivo, por outro é uma segurança ambiental. As algas simplesmente param de crescer e morrem em temperaturas inferiores a dezoito graus Célcius. Em nossos estudos, registramos temperaturas de até treze grais Célcius no mar de SC, momento em que cem por cento das algas morreram”, finaliza Santos.
Serviço
  • O que: medição das macroalgas Kappaphycus alvarezii
  • Quando: dias doze e quatorze de março, preferencialmente das nove às doze horas*
  • Onde: Fazenda Marinha Atlântico Sul, na Rodovia Baldicero Filomeno, número 10.180, Ribeirão da Ilha, Florianópolis-SC
  • Informações e entrevistas: Alex Alves dos Santos, pesquisador da EPAGRI/CEPAD, pelos telefones números ( 48 ) 3665-5051 e 9 8414-6129
( * ) Em caso de chuvas ou ventos fortes, a atividade será cancelada. Recomendamos a ida da imprensa ao local pela manhã, porque no período da tarde há mais probabilidade de uma mudança brusca no tempo.
Com informações da SAR.
Outras informações adicionais para a imprensa podem ser obtidas na Assessoria de Imprensa da SAR com as jornalista Gisele Dias pelos telefones números ( 48 ) 9 9989-2992 e 3665-5147; com a jornalista Cinthia Freitas pelo telefone número ( 48 ) 3665-5344 e com a jornalista Isabela Schwengber pelo telefone número ( 48 ) 3665-5407 .

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