Aprovada a reforma tributária na Câmara dos Deputados ( CD ), em votação concluída na madrugada desta sexta-feira ( Sete de julho de Dois mil e vinte e três ), o bolsonarismo descobre que encolheu. A direita rachou e tem agora dois líderes de oposição: o governador do Estado de de São Paulo ( SP ), Tarcísio de Freitas ( do partido Republicanos ), que preferiu sair na fotografia junto com quem trabalhou pela reforma, e Jair Messias Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ), o líder da oposição derrotada, a quem a maioria da bancada de Santa Catarina ( SC ) permanece fiel.
Onze parlamentares de SC votaram contra no primeiro turno, seguindo a posição bolsonarista de contrapor a “suposta reforma do Partido dos Trabalhadores - PT”. O governador do Estado de SC, Jorginho dos Santos Mello ( PL) e lideranças evangélicas do Estado de SC ignoraram as ponderações de Tarcísio e estimularam o apoio a Bolsonaro. Falaram em pressa excessiva na discussão da proposta, que tramita há quatro anos, e em perdas para Estados e Municípios, contrariando a avaliação do maior Estado produtor do país, São Paulo.
Na lista de cinco favoráveis estão os dois petistas ( Ana Paula Lima e Pedro Uczai) e dois dos três emedebistas ( Carlos Chiodini e Valdir Cobalchini ), além de Fábio Schiochet ( União ).
Nesta nova fase da direita brasileira, em que o líder capaz de reunir quase metade dos votos nacionais está inelegível e o governador do maior Estado da federação abriu dissidência apontando para um caminho menos extremo, SC aferrou-se ao primeiro. Contra a vontade de entidades de empresários e de trabalhadores, economistas dos mais diversos matizes ideológicos, investidores e agricultores.
Poucas vezes um consenso na sociedade foi tão detectável antes de uma votação no Congresso Nacional ( CN ). Se a direita de SC preferiu a oposição sistemática à argumentação, é porque enxerga o embate político com as mesmas lentes de Dois mil e dezoito e Dois mil e vinte e dois. Com ou sem Bolsonaro na liderança.
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