sexta-feira, 14 de abril de 2023

Comércio internacional: Viagem de Lula à China impacta a economia de SC

Com encontro com presidente chinês Xi Jinping, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ( do Partido dos Trabalhadores - PT ) está encerrando dois dias de visita oficial à China, que ele considera a mais importante visita a chefe de estado do seu governo por ser ao principal parceiro comercial do Brasil. O objetivo foi assinar Quinze acordos bilaterais para aproximar ainda mais as duas economias e dar uma certa “cutucada” nos Estados Unidos da América ( EUA ), mercado preferido do seu antecessor, Jair Messias Bolsonaro ( do Partido Liberal  - PL ), onde Lula teve viagem não tão produtiva.



Lula em visita à empresa Huawei, em Xangai Foto : Ricardo Stuckert, PR

A visita à China não só é importante para o Brasil, mas também para o Estado de Santa Catarina, que tem sua economia entrelaçada com a chinesa, especialmente nas importações. O gigante asiático deixou de ser o maior mercado externo de SC na pandemia, quando os EUA voltaram a liderar, com mais compras de industrializados do Estado. Mas é, disparado, o maior parceiro nas importações.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior ( SECEX ) do país, as exportações do Estado para a China no primeiro trimestre deste ano alcançaram trezentos e quarenta e quatro milhões de dólares, com crescimento de Vinte e sete por cento frente ao mesmo período de Dois mil e vinte e dois, sendo Doze vírgula nove por cento do total faturado pelo Estado lá fora. As importações somaram Dois vírgula oito bilhões de dólares, com queda de Três vírgula cinco por cento e respondendo por Trinta e nove vírgula seis por cento do total comprado pelo Estado no mercado externo.

As maiores exportações têm sido do agronegócio, em especial carnes suína, de frango e soja. Mas SC também vende produtos industrializados e tecnologia. Um importante negócio recente foi assinado entre a estatal chinesa State Grid e a empresa i3C, de Joinville ( maior cidade do Estado de SC ), para fazer gestão à distância de estoques das unidades da empresa no Brasil.

Nas importações, os vínculos de SC com os chineses são grandes. O país é o maior fornecedor de insumos industriais para o Estado e, também, faz produtos industrializados para marcas catarinenses. É fornecedor de uma série de produtos tecnológicos e outros para firmas estaduais.

Multinacionais catarinenses têm fábricas ou escritórios de negócios na China. Nesse grupo estão a WEG, Nidec ( Embraco ), Schulz e Intelbras. Vale lembrar que a Embraco, de Joinville, foi a primeira empresa brasileira a abrir uma fábrica na China, em Mil novecentos e noventa e cinco. Em Dois mil e dezenove foi adquirida pela japonesa Nidec, mas tem naquela unidade um dos seus maiores polos de produção de compressores.

O setor industrial do Estado gostaria de exportar mais para o mercado chinês, especialmente itens de maior valor. Além disso, empresas chinesas já investem no Estado e estão anunciando mais projetos. Além disso, grupos do país asiático estão entre os que têm potencial para investir em infraestrutura no Estado, em especial em ferrovias.

Um dos fatos que preocupam a diplomacia brasileira são algumas falas do presidente Lula mais a favor da China no caso de temas que rivalizam com os EUA, como a aproximação com a gigante de tecnologia Huawei ( já parceira do Brasil ) e a defesa de outra moeda como padrão mundial. O desejo de SC é de uma diplomacia equilibrada para ter tranquilidade nos negócios.

Com informações de:

Estela Benetti ( estela.benetti@nsc.com.br ) . 

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