A reunião em Brasília ( DF ) para tratar da violência nas escolas, nesta terça-feira ( Dezoito de abril de Dois mil de vinte e três ), mostrou que municípios, estados, governo federal, congressistas e representantes do Poder Judiciário ( PJ ) concordam sobre o que não fazer para prevenir ataques com o à creche Cantinho Bom Pastor ( CBP ) de Blumenau ( na Região do Alto Vale do Rio Itajaí, no Estado de Santa Catarina - SC ): transformar escolas “em presídios”, como definiu o governador do Estado e SC Jorginho Mello ( do Partido Liberal - PL ). As mesmas autoridades têm investido para contratar seguranças armados, instalar câmeras e subir muros. E o consenso termina aí.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ( do Partido dos Trabalhadores - PT ) disse que seria “patético” crianças de oito anos de idade terem as mochilas revistadas porque um detector de metais apitou na porta da escola. Opinião compartilhada por diversas das autoridades que falaram ao microfone. O discurso colide com a procura repentina de governos e prefeituras pelos equipamentos, os “novos respiradores”, segundo o governador de Mato Grosso ( do partido União Brasil ), Mauro Mendes — em alusão à disparada de preços dos aparelhos médicos no início da pandemia de Covid - Dezenove.
Mello disse que “virou um festival de comprar câmera”. O prefeito Mário Hildebrandt ( do partido Podemos ) previu que o Brasil vai acabar “prendendo as crianças em sala de aula”. Câmeras de monitoramento e policiais armados diante das escolas estão na agenda prioritária dos governos em Blumenau e SC.
A contradição ocorre, como já publicado na coluna do jornalista Evandro de Assis, do jornal Diário Catarinense, porque os líderes políticos, locais e nacionais, sentem-se na obrigação de aplacar o pânico gerado pelos assassinatos na creche CBP. O foco prioritário é a sensação de segurança. Quanto à segurança propriamente dita, as soluções são bem mais complexas.
O Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública ( MJ ), Flávio Dino ( do Partido Comunista do Brasil - PCdoB ), e o próprio Lula elegeram como alvo as redes sociais. Para eles, a prevenção a novos ataques passa por responsabilizar plataformas como Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e WhatsApp pela circulação de discursos de ódio e apologia à violência.
Drogas
Mello falou do tráfico de drogas, citando “armazéns” de entorpecentes. Hildebrandt pediu o estabelecimento da prisão perpétua no Brasil. Como a Constituição Federal de Mil novecentos e oitenta e oito ( CF - 88 ) proíbe, sugeriu que a nova lei preveja até Noventa anos de prisão ( praticamente de caráter perpétuo - igualmente proibida pela CF - 88 ), dando no mesmo. Hoje, o prazo máximo de cadeia é de Trinta anos de reclusão.
Muitos dos presentes falaram em saúde mental. Não faltaram menções ao uso abusivo de telefones celulares por crianças e jogos eletrônicos violentos.
Era uma reunião ampla, de caráter político-institucional. Não se deveria esperar que dela surgisse uma força-tarefa com metas objetivas a cumprir. Mas, quase duas semanas depois da tragédia em Blumenau, está na hora de dar o passo seguinte.
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