quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Epidemia: Plenário da Assembleia de SC analisa processo de impeachment contra o governador Silva

O segundo processo de impeachment ( * vide nota de rodapé ) contra o governador do Estado de Santa Catarina ( SC ) Carlos Moisés da Silva ( do Partido Social Liberal - PSL ) será analisado nesta quinta-feira ( quinze de outubro de dois mil e vinte ) no plenário da Assembleia Legislativa do Estado de SC ( ALESC ). O mesmo rito adotado há um mês no primeiro pedido de afastamento ( * 2 vide nota de rodapé ) prevê também como será a votação na ação que acusa Silva no caso da compra dos duzentos ventiladores mecânicos por trinta e três milhões de reais com pagamento antecipado sem exigência de garantias e sem entrega dos produtos e quais serão os próximos passos após a decisão dos deputados.

Governador de SC, Carlos Moisés da Silva enfrenta dois processos de impeachment
Silva enfrenta dois processos de impeachment
( Foto : )

Assim como ocorreu no primeiro processo contra Silva ( * 2 vide nota de rodapé ) e a vice-governadora Daniela Cristina Reinehr ( sem partido ), quarenta deputados estaduais irão decidir se aprovam ou não a continuidade do impeachment, desta vez apenas contra Silva.

Os parlamentares vão votar o relatório entregue na terça-feira ( treze de outubro de dois mil e vinte ) pela Comissão Especial ( CE ) de nove deputados que analisou o texto. Com exceção da deputada Ana Paula Silva - Paulinha ( do Partido Democrático Trabalhista - PDT ), que se ausentou da sessão antes da votação, os demais deputados aprovaram por unanimidade o parecer contra Silva.

Ao contrário do primeiro processo de impeachment ( * 2 vide nota de rodapé ), desta vez a CE arquivou o processo contra Daniela, mantendo a investigação sobre a compra dos ventiladores mecânicos apenas contra Silva.

Votação

A votação desta quinta-feira ( quinze de outubro de dois mil e vinte ) ocorrerá em uma sessão extraordinária marcada para as quinze horas. Antes de tudo, será aberto espaço para manifestação da defesa de Silva e da acusação. Serão quinze minutos para cada uma das partes.

Depois, cada um dos treze partidos que possuem representantes na ALESC vai ter uma hora para se manifestar a respeito do processo. A ordem das falas segue da maior bancada da ALESC ( do Movimento Democrático Brasileiro - MDB ) para a menor. 

Por fim, ocorre a votação. Os deputados serão chamados um a um ao microfone para declarar o voto. O rito é idêntico ao que ocorreu há um mês, quando foi aprovado o primeiro processo de impeachment ( * 2 vide nota de rodapé ) contra Silva e Daniela. Esta primeira ação já está na fase de julgamento no tribunal misto e deve ter uma decisão sobre o afastamento contra Silva e Daniela na próxima semana, dia vinte e três de outubro de dois mil e vinte.

Serão necessários vinte e sete votos ( dois terços do total ) para que o processo de impeachment ( * vide nota de rodapé ) avance. Caso contrário, será arquivado. 

Afastamento de Silva

Mesmo que os deputados aprovem o relatório com pedido de impedimento, Silva ainda não será afastado do cargo, assim como ocorreu na votação do primeiro pedido. Ele deixa o cargo, temporariamente, apenas depois de votação do tribunal de julgamento, que é composto por cinco deputados e cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de SC ( TJSC ).

Já há um tribunal de julgamento composto para analisar o primeiro pedido de impeachment ( * 2 vide nota de rodapé ) contra Silva e Daniela. Caso o novo pedido seja aprovado em plenário, um segundo tribunal misto deve ser formado para concluir o julgamento do processo dos ventiladores mecânicos e do edital aberto para a criação do hospital de campanha de Itajaí - que nunca saiu do papel.

O prazo para formação deste grupo é de cinco dias após a aprovação no plenário da ALESC. Se este tribunal misto aprovar o afastamento de Silva, parte para o julgamento final que define pelo afastamento ou não do cargo de forma definitiva.

Caso o impeachment seja aprovado pelo tribunal misto, o presidente da ALESC deve assumir o cargo provisoriamente e convocar novas eleições - diretas ou indiretas, a depender de quando isto ocorrer ( confira o rito completo no infográfico abaixo ).

AS ETAPAS DO IMPEACHMENT
RECEBIMENTO DO PEDIDO

O pedido de impeachment pode ser feito por qualquer cidadão à Assembleia Legislativa (Alesc), com base em crime de responsabilidade.
O segundo pedido de impeachment, que aborda o caso dos respiradores, foi apresentado em agosto.
ABERTURA DO PROCESSO

A Alesc decide se o aceita ou não o pedido. Se aceitar, abre um processo de impeachment.
Esta etapa ocorreu em 3 de setembro.
COMISSÃO ANALISA

Uma comissão com nove deputados analisa o pedido. Ao final, aprova um relatório a favor ou contra o impeachment.
O relatório contra Moisés foi aprovado na terça-feira (13).
VOTAÇÃO EM PLENÁRIO

Relatório da comissão é levado à votação dos 40 deputados, no plenário. Se pelo menos 27 deputados (2/3) aprovarem, a denúncia é levada adiante.
A votação em plenário ocorre nesta quinta-feira (15).
COMISSÃO MISTA E POSSÍVEL AFASTAMENTO

Se os deputados aprovarem o pedido, é formada uma comissão mista com cinco deputados e cinco desembargadores do TJ-SC. O primeiro ato desta comissão é decidir se aceita ou não a denúncia.




Caso seis membros aprovem, governador e vice são afastados temporariamente.
JULGAMENTO NA COMISSÃO MISTA

Se decidir pelo afastamento, a comissão parte para o julgamento do caso. Se 2/3 da comissão votarem a favor, o impeachment é aprovado e o governador e a vice são afastados definitivamente. Caso contrário, retornam aos cargos.
QUEM ASSUME?
Caso o impeachment seja aprovado, o cargo de governador fica temporariamente com o presidente da Alesc, hoje o deputado Júlio Garcia. Caso não possa, o próximo na linha de sucessão é o presidente do TJ-SC.
NOVAS ELEIÇÕES
O novo governador deve convocar novas eleições ao assumir o cargo. Se o impedimento ocorrer até o final deste ano, o Estado teria eleições diretas, com voto de toda a população. Se ocorrer somente em 2021, as eleições seriam indiretas, apenas com votos dos deputados.
INFOGRAFIA: BEN AMI SCOPINHO, NSC TOTAL
DESENVOLVIMENTO WEB: MAIARA SANTOS

FONTE: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

O que diz o pedido

O segundo pedido envolve o caso dos ventiladores mecânicos. A denúncia acusa Silva de ter prestado informações falsas à Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPI ) dos ventiladores mecânicos, além de não ter adotado medidas administrativas contra os ex-secretários Helton Zeferino e o advogado Douglas Borba ( do partido progressista - PP ), também envolvidos na compra. Daniela chegou a ser citada no pedido de impeachment por ter se omitido no caso, mas o pedido contra Daniela foi arquivado. 

Embora não seja citado no primeiro pedido, que acusa Silva e Daniela por um suposto crime de responsabilidade por fazer uma equiparação salarial de procuradores do Estado à mesma faixa salarial dos procuradores da ALESC, o caso dos ventiladores mecânicos foi frequentemente mencionado pelos deputados estaduais como um agravante durante a votação do impeachment na ALESC.

Veja trechos do pedido

Segundo pedido de impeachment governador Carlos Moisés
Segundo pedido de impeachment governador Carlos Moisés
(Foto: )
Segundo pedido de impeachment governador Carlos Moisés
Segundo pedido de impeachment governador Carlos Moisés
(Foto: )
Segundo pedido de impeachment governador Carlos Moisés
Segundo pedido de impeachment governador Carlos Moisés
(Foto: )

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