O Corpo de Bombeiros Militar ( CBM ) de Santa Catarina ( SC ) é destaque na busca e resgate utilizando os cães, a cinotecnia, com reconhecimento e certificação internacional. Hoje, a corporação conta com sete cães certificados pelo International Rescue Dogs Organization ( IRO ).
O treinamento dos animais é feito exclusivamente com feedback positivo, sem quaisquer maus-tratos, tanto na questão de obediência, quanto a parte técnica. Para os cães uma busca é uma brincadeira.
A saúde dos animais é controlada por uma Coordenadoria de Busca, Resgate e Salvamento com Cães ( CBRSC ) e os veterinários mantêm uma rotina de acompanhamento.
Exames de check-up são realizados anualmente nas universidades parceiras, que possuem o curso de Medicina Veterinária, como a Universidade do Estado de Santa Catarina ( UDESC ), em Lages e a Universidade do Oeste de Santa Catarina ( UNOESC ), em Xanxerê. Durante estes momentos, os cães são acompanhados pelos seus condutores, além de dois veterinários cinotécnicos do CBMSC.
“Os condutores, a coordenadoria e a equipe de saúde animal estão sempre em contato e acompanhando os cães, com trocas de informações, para prevenir doenças e manter a saúde física e também mental dos nossos animais. Cada cão tem o veterinário de confiança nas suas cidades, mas mantemos um acompanhamento conjunto, para segurança do cão”, explica a médica veterinária do CBMSC, soldado Andreza Amorim Moares.
A corporação utiliza cães da raça labrador, por conta do olfato acurado, além do temperamento dócil, entre outros fatores. “Os cães vivem na casa dos seus tutores, são socializados e treinados diariamente. Muitos convivem com crianças diariamente. Mais do que uma eficiente ferramenta de busca, os cães do CBMSC são parte da instituição e da família do bombeiro condutor”, diz Andreza.
Seleção de filhotes
Os labradores são animais de grande porte e que podem ter algumas enfermidades genéticas, como, por exemplo, atrofia de retina e displasia de cotovelo. Para a atuação no CBMSC existe um rigoroso controle, para garantir que os animais adultos tenham plenas condições para buscas.
“Essas doenças são cuidadosamente monitoradas por meio de exames. Nosso objetivo é não deixar entrar no nosso plantel doenças genéticas, que podem ser evitadas por meio de prévios exames e cruzamentos planejados”, detalha Andreza.
Os cães do CBMSC são de uma mesma linhagem de labradores, com uma árvore genealógica que apresenta uma genética favorável para o desenvolvimento das atividades.
“Nosso processo de seleção de filhotes ele é bem complexo. Nós começamos a análise a partir dos pais, escolhendo aqueles animais com o perfil que desejamos e cruzamos sempre os melhores, dentro do nosso parâmetro e com toda segurança necessária aos animais. Além dessa seleção daqueles com o melhor desempenho, também são escolhidos aqueles que não possuem probabilidade de terem problemas genéticos”, destaca o coordenador da atividade no em SC, tenente-coronel Walter Parizotto.
Aposentadoria
Em torno dos oito anos de vida os labradores são aposentados das buscas e passam a trabalhar apenas na cinoterapia, que é a terapia assistida por cães em hospitais, além de treinarem os outros cães para a atividade de busca e salvamento.
Cartilha desenvolvida para prevenção em Brumadinho
Os tutores de cães de busca, durante o curso de Cinotécnico, recebe noções de primeiros socorros caninos e também aprende sobre comportamento animal, cuidados e a manutenção que se deve ter com os cães durante toda sua vida.
Para a atuação em Brumadinho, a CBRSC desenvolveu uma cartilha ilustrada, com as orientações de prevenção, indicando exercícios de aquecimento antes das atividades, além de massagens para recuperação muscular e anti-stress para os animais. Nesta cartilha, os tutores também foram orientados sobre os suplementos vitamínicos, vacinas e produtos que devem ser utilizados antes e depois da atuação.
Um dos trechos da cartilha diz: “Lave o cão com o shampoo antisséptico indicado após cada dia de trabalho, fazendo a higiene dos ouvidos e da cavidade oral. As massagens e suplementos são importantes para diminuir a dor muscular e manter a performance do cão no dia seguinte. Dentro do possível, siga as orientações da cartilha. Ela foi feita com muito zelo para minimizar os riscos desta ocorrência”.
Os binômios catarinenses ( dupla de bombeiro militar e cão ) são destaque na missão de Brumadinho-MG. Até o momento sete cães foram empregados nas buscas. Os cães são avaliados todos os dias ao retornarem para a base.
Atendimento imediato ao cão Iron
Durante as buscas, em Brumadinho, na segunda participação do cão Iron, um espinho perfurou a pata dianteira direita do animal, exigindo uma cirurgia de emergência para a retirada. Iron foi o único animal que se feriu durante a missão, mas o pronto atendimento fez a diferença.
A cirurgia de remoção foi realizada em um hospital de campanha, montado no local, por uma equipe de médicos veterinários, que está à disposição. Além disto, o tutor de Iron, soldado Josclei Tracz, também é veterinário e acompanhou todo o procedimento ao lado do companheiro.
“Está tudo bem com o Iron, ele está se recuperando. A previsão inicial é que ele possa retornar às atividades normalmente a partir de dez dias da cirurgia. Agora, ele retorna para SC e segue em repouso”, explicou Parizotto.
Para substituição, os cães Hunter e Barney foram acionados novamente, e chegaram a Minas Gerais ( MG ) na sexta-feira, primeiro de março de dois mil e dezenove. Eles foram levados pela Força Aérea Brasileira ( FAB ).
Com informações de Melina Cauduro.
Outras informações adicionais para a imprensa podem ser obtidas com o Tenente Bombeiro Militar Ian Triska no CBMSC pelos telefones números ( 48 ) 3665-8424 e ( 48 ) 9 9189-7081 , pelo e -mail ccssubch@cbm.sc.gov.br e pelo site www.cbm.sc.gov.br .
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