quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Direitos humanos: golpistas também saíram de SC para atacar os 3 poderes em Brasília

Caravanas que partiram de Blumenau ( na região do Alto Vale do Itajaí, no Estado de Santa Catarina - SC ) estavam em Brasília no domingo ( Oito de janeiro de Dois mil e vinte e três ) de quebradeira contra as instituições da República. Na semana anterior, ônibus foram ofertados de graça em grupos de WhatsApp formados por golpistas bolsonaristas da cidade e houve apelos para que se conseguisse encher sete coletivos. Não há confirmação de quantos de fato saíram rumo à Capital Federal.


Ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde, Ademir Melo gravou vídeo que viralizou Foto : Reprodução

Desde a noite daquele domingo, perfis em redes sociais têm publicado imagens identificando participantes das invasões ao Congresso Nacional ( CN ), ao Supremo Tribunal Federal ( STF ) e ao Palácio do Planalto ( sede do Poder Executivo Federal ). Dois vídeos em que pessoas afirmam ser de Blumenau viralizaram. No primeiro, aparece o líder comunitário Ademir de Melo, ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde ( CMS ) e candidato a vereador pelo partido Democratas ( DEM ) nas Eleições de Dois mil e vinte, quando recebeu Seiscentos e setenta e sete votos. No segundo, Scheila Oliveira, moradora da cidade que frequentou os protestos em frente ao Vigésimo-terceiro Batalhão de Infantaria ( 23BI ) na semana anterior. A coluna do jornalista Evandro de Assis, do jornal Diário Catarinense ( DC ), tentou contato com ambos, mas ainda não obteve resposta.

Alício Rodrigues, dono de uma empresa de turismo de Blumenau, conversou com a coluna nesta segunda-feira ( Nove de janeiro de Dois mil e vinte e três ). Ele ainda estava em Brasília aguardando a saída dos últimos manifestantes catarinenses que se refugiaram em frente ao Quartel General ( QG ) do Exército após a dispersão do ato golpista. Segundo Rodrigues, entre os participantes do grupo circulava a informação de que três deles haviam sido detidos.

A conversa durou poucos minutos. O empresário informou que o grupo saíra de Brusque ( na região da Foz do rio Itajaí, em SC ) quinta-feira, anterior aos ataques, à noite, mas também levava blumenauenses. Depois, disse que a ligação estava ruim, desligou e parou de responder mensagens.


“Fomos patrocinados”


Numa das mensagens que circulou em grupos de WhatsApp de Blumenau na semana anterior aos ataques terroristas, uma pessoa ainda não identificada escreveu: “Assim que fechados todos os bancos o ônibus já sai. Fomos patrocinados com Sete ônibus, Três já estão fechados. Ida e volta gratuita, incluindo alimentação”.


Numa sequência de mensagens de áudio, uma mulher identificada apenas como Manuela confirmou que haveria até Sete ônibus para quem quisesse viajar de graça. Porém, sem prazo de retorno:

— Não tem data prevista para volta ainda. Os ônibus estão indo e as pessoas vão ficar lá até que algo aconteça realmente. Caso você queira ou precise voltar antes disso, terá de custear a sua volta. Gente, está sobrando ônibus e estão faltando pessoas. Vamos para Brasília e fazer acontecer — disse ela.

A coluna ligou para os telefones que aparecem nos prints das conversas de WhatsApp, mas ambos estavam desativados na segunda-feira posterior aos ataques.

Também via WhatsApp, lideranças do Partido Socialismo e Liberdade ( PSOL ) e de movimentos sociais de Blumenau começaram a reunir informações e imagens que ajudem a identificar organizadores e participantes das excursões a Brasília. A intenção é compartilhar o material com o Ministério Público Federal ( MPF ).

Com informações de:

Evandro de Assis ( evandro.assis@nsc.com.br ) .

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