segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Direitos Humanos: polícia de SC começa a desmobilizar acampamentos golpistas

A Polícia Militar do Estado de Santa Catarina ( PMSC ) começou a desocupar o acampamento bolsonarista montado em frente ao Batalhão do Exército em Joinville. A ação começou na manhã desta segunda - feira ( Nove de janeiro de Dois mil e vinte ) após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal ( STF ), para desmontar as ocupações em QGs e unidades militares em todo país no prazo de Vinte e quatro horas. A PMSC de Joinville informou que "cumprirá a ordem" e, às Nove horas e Quarenta e cinco minutos, disse que já estava procedendo com a desocupação.


Desmobilização dos QGs bolsonaristas começou nesta segunda-feira ( Foto : Reprodução )

Os atos acontecem em todo Brasil desde Trinta e um de outubro de Dois mil e vinte e dois, um dia após o segundo turno das eleições de Dois mil e vinte e dois, e são motivados por pautas golpistas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ) que não aceitaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva ( do Partido dos Trabalhadores - PT ).

O estopim da tentativa de golpe foi na tarde de domingo ( Oito de janeiro de Dois mil e vinte e três ), quando bolsonaristas radicais com pedidos antidemocráticos invadiram a Esplanada dos Ministérios e depredaram áreas do Congresso Nacional ( CN ), do Palácio do Planalto ( Sede do Poder Executivo Federal ) e do STF, além de entrarem em confronto com a Polícia Militar do Distrito Federal ( PMDF ).

Em SC, os vândalos chegaram a fazer barricadas na rodovia federal BR - Cento e um em Itajaí, na altura do Posto Santa Rosa, no Quilômetro Cento e dezessete da rodovia federal.

Muito barulho e pautas antidemocráticas

Em Joinville, uma das cidades com maior votação proporcional para Bolsonaro no país, não foi diferente. Os protestos iniciaram no fim de outubro e ganharam ainda mais força após a desocupação das rodovias catarinenses. A PMSC já havia feito a liberação do trânsito no início de novembro, já que golpistas trancavam as duas faixas da Rua Ministro Calógeras, no bairro Atiradores.

No entanto, o acampamento continuou na calçada em frente ao Sexagésimo-segundoº Batalhão de Infantaria.

Moradores que vivem em prédios e casas do entorno relatam que, munidos do "kit patriota", que conta com bandeiras do Brasil amarradas ao corpo, camisas da Seleção Brasileira e faixas com pedidos de intervenção militar e "SOS Forças Armadas", os bolsonaristas ora cantam o hino nacional, ora rezam o Pai Nosso e ajoelham-se no chão em frente a barracas que carregam estátuas de santos.

— Há momentos que fazem tudo junto, começam com hino e terminam orando. É uma gritaria. Este fim de semana foi uma barulheira, é muito estressante — conta um morador, que não será identificado pela reportagem por questão de segurança.

Quem faz todo este barulho são famílias, compostas por crianças, idosos e até cães. Em algumas ocasiões, os golpistas chegaram a promover churrascos, com bebida alcoólica, música e muita festa no meio da rua. No local também já aconteceu um desfile de tratores e, em uma das oportunidades, um robô de led marcou presença.

— Moro aqui em frente ao Batalhão há cinco anos, e esses últimos meses têm sido péssimos para se morar e descansar na minha própria casa. Muito barulho até meia- noite, pra mais ainda — relata uma jovem.

Uma terceira moradora ainda disse que, durante o dia, poucas pessoas ficam no local. A maior concentração acontece durante à noite e aos fins de semana. Ela diz que, nesta manhã, ainda percebeu alguns manifestantes chegarem com cadeiras de praia, mas que ficaram por pouco tempo e foram embora.

Apesar da ação da polícia, que tenta desmobilizar os acampados, um motorista que passou pelo local informou ao jornal A Notícia que os bolsonaristas estão, de fato, desocupando as calçadas em frente ao Batalhão nesta segunda - feira, no entanto, estão indo para a Rua General Sampaio, ao lado do acampamento atual.

Uma liderança bolsonarista da cidade, porém, confirmou que, a partir de hoje, os manifestantes devem deixar a região.

Com informações de:


Sabrina Quariniri ( sabrina.quariniri@nsc.com.br ) .

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