O Presidente da República ( PR ) Luiz Inácio Lula da Silva ( do Partido dos Trabalhadores - PT ) recebeu neste domingo, Dez de setembro de Dois mil e vinte e três ), o martelo de madeira que simboliza a PR temporária do Gê Vinte, durante o encerramento da Décima - oitava Cúpula de Chefes de Governo e Estado do grupo que reúne Dezenove das maiores economias do mundo, a União Europeia ( UE ) e, agora, a União Africana ( UA ). A cerimônia aconteceu em Nova Delhi, na Índia, país que atualmente preside o grupo.
Em seu discurso, Lula reafirmou que as três prioridades da Presidência brasileira, que começa em Primeiro de dezembro de Dois mil e vinte e três e se encerra em Trinta de novembro de Dois mil e vinte e quatro, serão:
1) o combate à fome,
2) o combate à pobreza,
3) o combate à desigualdade;
4) a transição energética,
5) o desenvolvimento sustentável em suas três dimensões
a) econômica,
b) social e
c) ambiental, além da
d) reforma do sistema de governança internacional.
“Se quisermos fazer a diferença, temos que colocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional”, afirmou o presidente. “Todas essas prioridades estão contidas no lema da Presidência brasileira: ‘Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável’.”
Força tarefa
Lula também confirmou que o Brasil irá criar duas forças - tarefa no âmbito do Gê Vinte para ampliar o combate à desigualdade ao longo da Presidência brasileira: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima.
“Precisamos redobrar os esforços para alcançar a meta de acabar com a fome no mundo até Dois mil e trinta, caso contrário estaremos diante do maior fracasso multilateral dos últimos anos. Agir para combater a mudança do clima exige vontade política e determinação dos governantes, e também recursos”, alertou.
Governança global
A reforma do sistema de governança internacional, a terceira prioridade brasileira ao longo do ano de mandato, é necessária para dar aos países em desenvolvimento mais condições de enfrentar a desigualdade, a fome e a mudança climática e buscar um futuro mais justo para suas populações, segundo Lula.
“Queremos maior participação dos países emergentes nas decisões do Banco Mundial ( BIRD ) e do Fundo Monetário Internacional ( FMI ). A insustentável dívida externa dos países mais pobres precisa ser equacionada. A Organização Mundial do Comércio ( OMC ) tem que ser revitalizada e seu sistema de solução de controvérsias precisa voltar a funcionar. Para recuperar força política, o Conselho de Segurança ( CS ) da Organização das Nações Unidas ( ONU ) precisa contar com a presença de novos países em desenvolvimento entre seus membros permanentes e não permanentes”, reforçou.
Mandato brasileiro
A partir de Primeiro de dezembro de Dois mil e vinte e três e até Trinta de novembro de Dois mil e vinte e quatro, a agenda do Gê Vinte será decidida e implementada pelo governo brasileiro, com apoio direto da Índia, última ocupante da Presidência, e da África do Sul, país que exercerá o mandato em Dois mil e vinte e cinco. Esse sistema é conhecido como “troika” e é um dos diferenciais do grupo em relação a outros organismos internacionais.
Entre dezembro de Dois mil e vinte e três e novembro de Dois mil e vinte e quatro, o Brasil deverá organizar mais de Cem reuniões oficiais, que incluem cerca de Vinte reuniões ministeriais, Cinquenta reuniões de alto nível e eventos paralelos. O ponto alto será a Décima - nona Cúpula de chefes de Estado e governo do Gê Vinte, nos dias Dezoito e Dezenove de novembro de Dois mil e vinte e quatro, no Rio de Janeiro ( Capital do Estado do Reio de Janeiro - RJ ).
“Para assegurar que o Gê Vinte atue de forma inclusiva e coerente, o Brasil pretende organizar os trabalhos em torno de três orientações gerais.
1) Primeiro, vamos fazer com que as trilhas política e de finanças se coordenem e trabalhem de forma mais integrada.
2) Segundo, temos de ouvir a sociedade. A Presidência brasileira vai assegurar que os grupos de engajamento tenham a oportunidade de reportar suas conclusões e recomendações aos representantes de governo.
3) Terceiro, não podemos deixar que questões geopolíticas sequestrem a agenda de discussões das várias instâncias do Gê vinte. Não nos interessa um Gê vinte dividido”, explicou Lulao presidente.
O que é o Gê Vinte
O grupo é formado por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos da América ( EUA ), França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido ( UK - sigla em inglês ), Federação Russa, Turquia e União Europeia ( UE ). A União Africana ( UA ), que constava como convidada fixa das cúpulas, fez um pedido para receber um assento permanente como membro do grupo, que foi aceito neste ano de Dois mil e vinte e três.
Uma série de entidades internacionais também são participantes fixas das cúpulas do Gê Vinte: ONU, FMI, BIRD, OMC, OMS, Organização Internacional do Trabalho ( OIT ), Conselho de Estabilidade Financeira ( FSB, sigla em inglês ) e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE ). Após a entrada da UA no Gê Vinte, apenas a Agência de Desenvolvimento da União Africana ( AUDA - NEPAD ) e a Associação de Nações do Sudeste Asiático ( ASEAN ) permanecem como convidadas fixas nas cúpulas.
História do Gê Vinte
O Gê Vinte foi criado em Mil novecentos e noventa e nove, como uma forma de coordenação entre os países - membros no nível ministerial, após uma sequência de crises econômicas internacionais: a crise do México de Mil novecentos e noventa e quatro, a crise dos tigres asiáticos de Mil novecentos e noventa e sete ( que atingiu especialmente Tailândia, Indonésia e Coreia do Sul), a crise da Rússia de Mil novecentos e noventa e oito e, em menor medida, a desvalorização do real entre Mil novecentos e noventa e oito e Mil novecentos e noventa e nove.
Em Dois mil e oito, no auge da crise causada pela quebra do banco Lehmann Brothers, os países fizeram a primeira cúpula de chefes de Estado e governo do Gê Vinte, em Washington ( Capital dos EUA ). Nos dois anos seguintes, as cúpulas foram realizadas semestralmente: em Londres ( Capital do UK ) e Pittsburgh ( EUA ) em Dois mil e nove, e em Toronto ( Canadá ) e Seul (Capital da Coreia do Sul ) em Dois mil e dez. A partir da cúpula de Paris ( Capital da França ) de Dois mil e onze, a cúpula passou a ser realizada anualmente, em cidade designada pelo país que ocupa a presidência.
Em Dois mil e vinte e quatro, o Brasil irá sediar a cúpula de chefes de Estado e governo do Gê Vinte pela primeira vez, no RJ. O país já organizou uma reunião no nível ministerial em Dois mil e oito, em São Paulo ( Capital do Estado de São Paulo - SP ) .
Com informações do:
Site do Palácio do Planalto
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