“(O presidente dos Estados Unidos, Joe) Biden tem que entender que a América Latina deve ter o direito de crescer. Não é possível que, em 500 anos, não tenhamos nenhum país altamente desenvolvido”, afirmou na conversa, publicada pelo jornal no domingo (4). Lula avalia que, quando fala para os americanos, Biden faz um discurso importante, de resgate da importância da política. Porém, na política externa, o presidente americano mantém o discurso conservador, de quem acha que “os Estados Unidos devem ser o farol do mundo”.
O fim de governos progressistas, seja pelo fim de mandatos ou a morte de alguns líderes, seja por golpes de Estado como o que tirou a presidenta Dilma Rousseff da Presidência do Brasil, fez a região viver um grande retrocesso em termos de inclusão social. Mesmo assim, Lula se mostra otimista e disposto a lutar para que os países latino-americanos voltem a ser soberanos e justos com seu povo.
“O retrocesso que vivemos na América latina começa a ser recuperado com a vitória de Alberto Fernández na Argentina, com o regresso de Luis Arce ao governo da Bolívia, com a vitória de Pedro Castillo, no Peru. E, pouco a pouco, vamos tratando de mostrar à sociedade que a democracia tem de ser exercida em toda a sua plenitude e que só tem sentido se nela estiverem incluídas as pessoas mais pobres, as mais necessitadas. (…) Estou disposto a seguir lutando para ver se conseguimos recuperar a democracia neste país, para ver se conseguimos recuperar o direito à liberdade sindical, o respeito aos direitos humanos, o respeito à vida para que as pessoas possam trabalhar, para que as pessoas possam comer“, disse.
E todos os países da região voltarão a crescer se governos comprometidos com a democracia plena se unirem, acredita Lula. “A América Latina tem que compreender que temos de ser um bloco. Um bloco que pensa de forma econômica, social, que pensa de forma unida. O mundo está dividido em blocos e nós não podemos continuar negociando separadamente. A Argentina unilateralmente com a Europa, a Bolívia sozinha, temos que nos juntarmos. Temos que criar um bloco forte, como estávamos fazendo com a Unasul, para que possamos negociar com a União Europeia, com a China, com os Estados Unidos. Volto a sonhar com isso e peço a Deus para que o PT e outras forças democráticas cheguem ao governo.”
Com informações de pt.org.br .
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