quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Relações Internacionais: Lula recoloca o Brasil na liderança da governança global; "o Brasil voltou!", diz presidente

Com envolvimento direto do Presidente da República ( PR ) Luiz Inácio Lula da Silva ( do Partido dos Trabalhadores - PT ), o esforço para reposicionar o Brasil no cenário internacional é um dos caminhos trilhados pelo governo para atrair investimentos e retomar o desenvolvimento sustentável, com foco em geração de emprego e renda, redução das desigualdades, melhoria da qualidade de vida da população e preservação ambiental. Por meio dessa mesma estratégia, a economia brasileira conseguiu alcançar, em Dois mil e onze, a Sexta posição entre as maiores do mundo, antes dos retrocessos verificados depois do golpe de Dois mil e dezesseis – hoje, o país está na Décima - primeira colocação.

Com série de viagens e reuniões bilaterais, Lula recupera prestígio internacional e abre novas oportunidades ao Brasil


“ Voltamos para recolocar o Brasil na geopolítica internacional em igualdade de condições. É o mínimo que um governo deve fazer. Inclusive, reindustrializar o nosso país passa por essa presença internacional ”, afirmou Lula, no antigo Twitter, logo após o encerramento da Décima - oitava Cúpula de Chefes de Governo e Estado do Gê Vinte, grupo que reúne Dezenove das maiores economias do planeta mais a União Europeia ( UE ) e a União Africana ( UA ) – esta última foi admitida durante o evento, realizado, no último final de semana, em Nova Delhi, na Índia.

A cúpula foi mais um passo importante rumo ao reposicionamento do Brasil no mundo. Na ocasião, o país assumiu a presidência rotativa do Gê Vinte, cujos integrantes respondem, juntos, por mais de Oitenta por cento do Produto Interno Bruto ( PIB ) mundial, Setenta e cinco por cento do comércio global e Sessenta por cento da população do planeta.

Durante o encontro, Lula anunciou os temas centrais da gestão brasileira à frente do grupo: o combate à fome e à desigualdade, o incentivo à transição energética e ao desenvolvimento sustentável em suas três dimensões ( econômica, social e ambiental ) e a busca por uma mudança nos sistemas de governança internacional. Na condição de presidente do Gê Vinte, uma das atribuições do Brasil será preparar a próxima reunião de cúpula, marcada para novembro de Dois mil e vinte e quatro, quando o país estará no centro das atenções mundiais.

Outro marco importante do encontro de Nova Delhi foi a Aliança Global dos Biocombustíveis ( AGB ), que Lula lançou com os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, dos Estados Unidos da América ( EUA ), Joe Biden, e com o primeiro - ministro da Índia, Narendra Modi. Com potencial de atrair investimentos para o Brasil, a ideia é fomentar a produção e o uso de biocombustíveis, como o etanol, para buscar transportes menos poluentes em escala mundial.

“A AGB é um marco importante na reunião do Gê Vinte. O Brasil é pioneiro nesse segmento. É muito importante para o nosso futuro. O mundo está vendo a importância dos biocombustíveis, para substituir os combustíveis poluentes que aceleram a crise climática ”, disse Lula na cúpula.

O Ministro das Relações Exteriores ( MRE ), Mauro Vieira, também comentou o acordo. “A AGB é importantíssima. O Brasil é um país pioneiro, há Cinquenta anos é referência nessa área. E esse anúncio em conjunto com outros países tão importantes é, sem dúvida nenhuma, uma grande contribuição dessa reunião do Gê Vinte ”, afirmou Vieira, em pronunciamento após a cúpula.

Liderança


Com o agravamento da crise climática, o Brasil tem grande oportunidade de se tornar líder, em nível global, dos esforços para a transição energética. A energia elétrica do país, por exemplo, é Noventa por cento limpa, e, em todo o sistema energético nacional, o percentual é de Cinquenta por cento, enquanto, no restante do mundo, o índice é de Quinze por cento. Para Lula, o momento é bastante propício para o país receber investimentos em energias eólica, solar, biomassa, hidrogênio verde, etanol e biodiesel, entre outras fontes energéticas nas quais o país está na vanguarda mundial.

Essas oportunidades estão postas no Novo Programa de Aceleração do Crescimento ( PAC ), lançado em agosto de Dois mil e vinte e três com previsão de Um vírgula sete trilhão de reais em investimentos públicos e privados – inclusive estrangeiros – e que tem sido destacado por Lula durante as reuniões de cúpula e os fóruns empresariais de que participa.

O Novo PAC é focado em crescimento econômico, sustentabilidade, inclusão social, redução das desigualdades regionais, transição ecológica, neoindustrialização, geração de emprego e renda. O governo estima que Quatro milhões de postos de trabalho sejam gerados com as ações do programa.

Reuniões bilaterais


Em praticamente todas as viagens internacionais, Lula atrai as atenções de importantes lideranças mundiais, com as quais realiza reuniões bilaterais para tratar de acordos de cooperação capazes de atrair investimentos para o Brasil. Esses encontros refletem, em grande parte, o interesse desses líderes em se reaproximar do Brasil, um país conhecido pelo protagonismo nas discussões globais e que se isolou diplomaticamente nos últimos anos.

Com o primeiro - ministro indiano, Narendra Modi, por exemplo, Lula teve um encontro bilateral em paralelo à Cúpula do Gê Vinte. Na ocasião, eles destacaram a celebração, em Dois mil e vinte e três, de Setenta e cinco anos de relações diplomáticas entre os países e assumiram o compromisso de ampliar o comércio bilateral, atualmente na casa de Quinze bilhões de dólares. A Índia é o quinto maior parceiro comercial do Brasil e o segundo maior na Ásia.

Ao todo, à margem da cúpula de Nova Delhi, Lula teve Sete reuniões bilaterais. Além do primeiro - ministro indiano, ele se encontrou com líderes de países como França, Turquia, Holanda, Arábia Saudita e com representantes da União Europeia ( UE ). A presidenta da Comissão Europeia ( CE ), Ursula von der Leyen, com a qual Lula se encontrou na Índia, anunciou, em julho de Dois mil e vinte e três, durante outra reunião com o presidente brasileiro, que o bloco pretende investir Quarenta e cinco bilhões de euros na América Latina e Caribe até Dois mil e vinte e sete.

Além de uma participação destacada no Gê Vinte, o Brasil também tem recuperado protagonismo em outros grupos de cooperação internacional, como o Mercado Comum do Sul ( MERCOSUL ), do qual assumiu a presidência temporária em julho de Dois mil e vinte e três; a Comunidade de Estados Latino - Americanos e Caribenhos ( CELAC ), o BRICS, que será ampliado para onze países, a partir de janeiro de Dois mil e vinte e quatro; e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ( CPLP ).

“ As prioridades na política externa, definidas pelo governo Lula a partir de janeiro de Dois mil e vinte e três, foram acertadas ”, escreveu Rubens Barbosa, ex - embaixador do Brasil em Londres ( Capital do Reino Unido - UK - sigla em inglês e Washington ( Capital dos EUA ), em Artigo publicado no site do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior ( IRICE ), do qual é presidente. No texto, ele fez uma análise sobre os seis primeiros meses da nova política externa do país e sublinha que as ações desenvolvidas atendem ao interesse nacional.

“ A volta do Brasil ao cenário internacional, o destaque ao meio ambiente e a mudança de clima e a importância da América do Sul são políticas que estão de acordo com o interesse nacional, num momento de grandes transformações globais ”, acrescentou o diplomata, que considera fundamental que o governo tenha uma visão estratégica de médio e longo prazo no planejamento e na implementação dessas políticas.

Acordos


Desde a posse como PR, em janeiro de Dois mil e vinte e três, Lula visitou Vinte países, entre os quais Argentina, EUA, China, França, Emirados Árabes Unidos e nações africanas como Angola e África do Sul. Ao longo desse período, ele teve encontros bilaterais com mais de Cinquenta chefes de Estado e de governo.

Em abril de Dois mil e vinte e três, durante visita oficial à China, maior parceiro comercial do Brasil, Lula e o presidente Xi Jin Ping assinaram acordos de cooperação e diversos outros documentos entre os dois governos e também entre empresas privadas e estatais. São parcerias da ordem de Cinquenta e um bilhões de reais, voltadas ao incremento do comércio bilateral e da cooperação em pesquisa e tecnologia.

Um dos mais importantes foi firmado entre o Ministério da Agricultura e Pecuária ( MAPA ) e a Administração Geral de Aduanas ( AGA ) da China, a autoridade alfandegária ( AA ) do país, visando a simplificar processos de exportação de carne bovina brasileira para o mercado chinês. O texto prevê que os sistemas de informação serão modificados para a introdução de uma plataforma de certificados sanitários digitais, para agilizar o processo, além da elaboração de uma certificação própria para produtos de origem animal.

Outro dos memorandos de entendimento estabelece que o Grupo de Trabalho de Facilitação de Comércio ( GTFC ) entre os dois países terá a missão de trabalhar para “ evitar barreiras desnecessárias ao comércio e resolver quaisquer obstáculos no acesso ao mercado da contraparte, por meio de diálogo e consultas para melhor entendimento sobre os sistemas regulatórios ”.

Também em abril de Dois mil e vinte e três, Lula visitou Abu Dhabi ( Capital dos Emirados Árabes Unidos ), onde foi assinado um acordo entre o Estado da Bahia ( BA ) e o fundo financeiro de Abu Dhabi Mubadala Capital ( ADMC ), controlador da refinaria de Mataripe, situada em São Francisco do Conde ( BA ) e que foi privatizada em Dois mil e vinte e um. O fundo empresarial se comprometeu a investir Doze vírgula cinco bilhões de reais, em Dez anos, na construção de uma fábrica de diesel verde e de querosene de aviação sustentável na BA. A perspectiva é de geração de um grande número de empregos no Estado.

Já com Angola, onde Lula se encontrou com o presidente João Lourenço, em agosto de Dois mil e vinte e três, foram assinados sete acordos de cooperação nas áreas de educação, saúde, turismo, agricultura, recursos humanos, exportações e apoio a pequenas e médias empresas.

Investimentos privados


O governo Lula têm colhido resultados importantes também em relação a projetos de empresas estrangeiras no Brasil. Diante da estabilidade institucional, recuperada após a tentativa de golpe bolsonarista de Oito de Janeiro; dos bons resultados da economia e do aumento das oportunidades de investimentos, diversas companhias multinacionais têm manifestado interesse em apostar no país.

Em julho de Dois mil e vinte e três, por exemplo, a Volkswagen anunciou planos de investir Um bilhão de euros no Brasil até Dois mil e vinte e seis, como parte de uma estratégia de crescer Quarenta por cento no país até Dois mil e vinte e sete. Em comunicado, a montadora alemã detalhou que o investimento incluirá o desenvolvimento local de motores de combustão movidos a etanol, o lançamento de dois modelos de automóveis totalmente elétricos e a expansão de sua estratégia de negócios de assinatura, voltada para o aluguel de carros.

Também em julho de Dois mil e vinte e três, a chinesa BYD anunciou que investirá três bilhões de reais em um complexo industrial em Camaçari ( BA ), previsto para começar a operar no segundo semestre de Dois mil e vinte e quatro. O grupo automotivo afirmou, em comunicado, que a produção, no Brasil, permitirá preços mais competitivos.

A BYD pretende iniciar a operação de três fábricas ao mesmo tempo. Uma planta estará dedicada à produção de chassis para ônibus e caminhões elétricos; outra focada em automóveis híbridos e elétricos; e a terceira voltada ao processamento de lítio e ferro - fosfato para o mercado externo.

“ O Brasil foi recolocado no mundo. Essa era a minha primeira tarefa, recolocar o Brasil na geopolítica internacional, ou seja, dizer para todo mundo: o Brasil está aqui, o Brasil existe, o Brasil fala, o Brasil pensa ”, disse Lula, durante coletiva de imprensa após a cúpula do Gê Vinte na Índia.

“ Eu fico muito orgulhoso de ver o carinho com que as pessoas tratam o Brasil ”, acrescentou Lula, enfatizando que nunca viu “ o mundo tão necessitado do Brasil como agora, as pessoas dizendo ‘ que bom que o Brasil voltou porque o Brasil fazia falta nas discussões políticas desse mundo ’ ”. “ Então, nós voltamos para isso, para colocar o Brasil na geopolítica internacional, dizendo o que queremos, como queremos, para que queremos, em igualdade de condições com todo mundo”.

Com informações da:

Agência PT de Notícias 

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