A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito ( CPMI ) do Golpe agendou para esta terça - feira ( Doze de setembro de Dois mil e vinte e três ) o depoimento da delegada do Departamento da Polícia Federal ( DPF ) Marília Ferreira Alencar, ex - subsecretária de Inteligência ( SI ) da Secretaria de Segurança Pública ( SSP ) do Distrito Federal ( DF ). No entanto, sua presença não é certa, pois ela foi beneficiada por habeas corpus que a desobriga de comparecer, concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal ( STF ) .
Ao convocá - la, deputados e senadores esperavam esclarecer pelo menos dois eventos relacionados à tentativa de golpe que teve seu ponto máximo nos ataques de Oito de janeiro de Dois mil e vinte e três. O primeiro são as blitzes realizadas pelo Departamento da Polícia Rodoviária Federal ( DPRF ) para dificultar que eleitores do Presidente da República ( PR ) Luiz Inácio Lula da Silva ( do Partido dos Trabalhadores - PT ), especialmente da Região Nordeste ( NE ), votassem no segundo turno das eleições de Dois mil e vinte e dois.
Naquela época, Marília ocupava o cargo de diretora do DI do Ministério da Justiça ( MJ ), então comandado por Anderson Torres. Ela foi apontada como autora do mapeamento que teria servido para o DPRF identificar os locais onde Lula tinha mais eleitores.
Intimada a depor ao Departamento da Polícia Federal ( DPF ) em abril deste ano de Dois mil e vinte e três, Marília confirmou, segundo o Portal Gê Um, que elaborou e entregou o mapeamento a Torres, embora tenha negado que o objetivo fosse realizar barreiras nas estradas com o intuito de prejudicar a eleição de Lula.
Sabotagem na segurança
O outro evento que Marília pode ajudar a esclarecer é a sabotagem realizada pela cúpula da SSP do DF na proteção da Esplanada dos Ministérios no dia Oito de janeiro de Dois mil e vinte e três. Isso porque, após o fim do governo do ex - PR Jair Messias Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ), Marília continuou trabalhando com Torres. Ele se tornou secretário da SSP do DF, e ela assumiu o posto de subsecretária da SI.
A CPMI já descobriu que a cúpula da Polícia Militar do DF ( PMDF ) ignorou o plano de ação integrada ( PAI ) e deixou, propositalmente, a Esplanada dos Ministérios sem a devida proteção. Por conta disso, sete militares da PMDF estão presos. Mas é preciso apurar ainda de quem partiu a ordem para sabotar o PAI e facilitar a ação dos golpistas, que puderam facilmente invadir o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional ( CN ) e o Supremo Tribunal Federal ( STF ).
As suspeitas, evidentemente, recaem sobre o Torres, que comandava o DPRF no segundo turno das eleições de Dois mil e vinte e dois, guardava uma minuta golpista dentro de casa e assumiu a SSP do DF sete dias antes dos atentados.
Assim, é obvio que Marília, claramente alguém de confiança de Torres, a ponto de ser escolhida para coordenar a SI tanto no MJ quanto no governo do DF, tem muito a explicar.
PM espancada será ouvida
Também foi marcada para esta terça - feira ( Doze de setembro de Dois mil e vinte e três ) a oitiva da cabo Marcela da Silva Morais Pinno, que atuava no Batalhão de Choque da PMDF no dia dos atentados. O que aconteceu com Marcela é a prova de que os golpistas bolsonaristas agiram com violência e não eram apenas idosos pacíficos, como tenta fazer crer a extrema direita.
Vítima direta da sabotagem feita na SSP por seus superiores, Marcela era um dos poucos policiais enviados inicialmente para a Esplanada dos Ministérios no dia Oito de janeiro de Dois mil e vinte e três. Acabou cercada por um grupo de terroristas e jogada de uma altura de três metros no prédio do CN, sendo violentamente espancada em seguida.
Já na quinta - feira ( Quatorze de setembro de Dois mil e vinte e três ), a CPMI aguarda o depoimento do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex - chefe do Comando Militar do Planalto ( CMP ). Responsável pela autorização do acampamento golpista em frente ao Quartel - General ( QG ) do Exército, em Brasília, Menezes é considerado pelo Deputado Rogério Correia ( do PT do Estado de Minas Gerais - PT - MG ) um dos militares que estavam dentro do golpe".
Com informações da:
Agência PT de Notícias
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