quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Atentados à democracia: Comissão avalia possibilidade de escândalo das joias estar ligado à tentativa de golpe de estado por Bolsonaro

A Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPMI ) do Golpe continuará, nesta semana, a investigar as armações golpistas do ex - Presidente da República ( PR ) Jair Messias Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ) e seus cúmplices, especialmente na quinta-feira ( Dezessete de agosto de Dois mil e vinte e três ), quando os parlamentares ouvirão o hacker Walter Delgatti. Na terça-feira ( Quinze de agosto de Dois mil e vinte e três ), o depoente será o fotojornalista Adriano Machado, que fez registros dos ataques de Oito de janeiro. Além disso, o escândalo das joias surrupiadas por Bolsonaro e assessores também ressoa na CPMI.

As joias surrupiadas e os suspeitos de participarem do esquema: Bolsonaro e esposa Michelle, o general Mauro Lourena Cid, o advogado Frederick Wassef e o ex - ajudante de ordens Mauro Cid


De Delagatti, os senadores e deputados querem ouvir por que ele foi procurado pela deputada bolsonarista Carla Zambelli ( PL - SP ) em Dois mil e vinte e dois. De acordo com depoimento que ele prestou ao Departamento da Polícia Federal ( DPF ), Zambelli teria pedido a Delgatti para invadir urnas eletrônicas, com o intuito de desacreditar o sistema eleitoral, e acessar o correio eletrônico ( e-mail ) e o telefone do presidente do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) Alexandre de Moraes.

Ainda segundo o depoimento de Delgatti, a deputada o financiava para cometer uma série de irregularidades, incluindo a inserção de um falso mandado de prisão contra Moraes no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões ( BNMP ). Houve ainda um encontro de Delgatti com Bolsonaro viabilizado pela deputada. 

“Vai ser a tampa do caixão de Bolsonaro e de muita coisa do bolsonarismo, porque ele tem muita coisa a dizer: Zambelli, a ida dele a Bolsonaro levado por ela, o pedido que Bolsonaro fez a Delgatti para que ele tentasse invadir urna eletrônica, a ida dele ao Ministério da Defesa ( MD ) para ensinar como questionar o TSE”, antecipou o deputado Rogério Correia, no domingo ( Treze de agosto de Dois mil e vinte e três ), em entrevista à revista Fórum.

Quebra do sigilo de Bolsonaro


Para Correia, a CPMI está perto de pedir a quebra do sigilo bancário e telemático de Bolsonaro e sua esposa, Michelle, devido às transações suspeitas já descobertas nas contas do tenente-coronel Mauro Cid, faz-tudo de Bolsonaro.

“Depois que nós descobrimos, em Onze dias, Sessenta mil reais saindo da conta de Cid, dinheiro muitas vezes de empresas que prestaram serviço público, para pagamento das contas da Michelle, acho que não há motivo para não aprovar a quebra de sigilo de Bolsonaro e Michelle”, disse Correia, que já pediu, por meio da CPMI, a retenção do passaporte do casal Bolsonaro.

Ainda por cima, os malfeitos de Cid e outras pessoas ligadas a Bolsonaro ganharam um novo e escandaloso capítulo na sexta-feira ( Onze de agosto de Dois mil e vinte e três ), quando o DPF lançou uma operação que teve como alvos, além de Cid, seu pai, o general Mauro Lourena Cid, e o advogado Frederick Wassef, entre outros.

Segundo o DPF, eles são suspeitos de integrar um esquema de venda de presentes dados ao Estado brasileiro durante missões oficiais no exterior. Os valores obtidos da comercialização desses objetos teriam sido convertidos em dinheiro vivo e “ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados”, segundo o DPF.

Em um dos casos, de acordo com o Programa Fantástico da Rede Globo de Televisão ( RGTV ), Cid aproveitou uma viagem oficial aos Estados Unidos da América ( EUA ) para vender dois relógios de luxo dados de presente ao Estado brasileiro. Depois da venda, realizada em um shopping da Pensilvânia, a conta do general Lourena Cid recebeu um depósito de Sessenta e oito mil dólares, mesmo valor pago pelos objetos.

Requerimentos de convocação


Embora o presidente da CPMI do Golpe, Arthur Maia ( União - BA ), tenha manifestado resistência quanto a trazer o escândalo das joias para o escopo de investigação da CPMI, membros do colegiado dizem ser impossível ignorar as novas denúncias e já apresentaram pedidos de convocação de Lourena Cid, Wasseff e do tenente Osmar Crivelatti, ex - ajudante de ordens também envolvido no escândalo.

“As joias serviram para acumular recursos para Bolsonaro fugir do país e provisionar recursos para a tentativa de golpe. É uma hipótese de investigação necessária”, argumentou Correia em entrevista ao jornal O Globo.

O deputado Rubens Pereira Júnior ( PT - MA ) concorda e afirmou, também ao Globo, que um dos objetivos da CPMI é apurar os “instigadores” e a cadeia de acontecimentos que resultou no Oito de janeiro, o que inclui a arrecadação de recursos via negociações de itens de luxo.

Com informações da:


Agência PT de Notícias 

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