segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Atentados à democracia: Cid faz delação premiada; STF homologa

O tenente - coronel Mauro Cid, ex  - ajudante de ordens do ex - Presidente da República ( PR ) Jair Messias Bolsonaro ( do Partido Liberal - PL ) investigado por fraude de cartões de vacinas, desvio das joias sauditas e tentativa de golpe de Estado, esteve no final da tarde de quarta - feira ( Seis de setembro de Dois mil e vinte e três ) no Supremo Tribunal Federal ( STF ) e confirmou que fará delação premiada, segundo o Blog da Andréa Sadi, do portal Gê Um. “Ele foi de livre e espontânea vontade”, escreveu a jornalista. O Departamento da Polícia Federal ( DPF ) aceitou a proposta de delação de Cid, que deu vários depoimentos nos últimos Vinte dias.

Após revelação de que Cid fará delação premiada, o deputado federal Rogério Correia ( do Partido dos trabalhadores do Estado de Minas Gerais PT - MG ) defendeu o retorno do ex - auxiliar de Bolsonaro à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito ( CPMI ) do Golpe

“Cid vai fazer delação premiada e com isso a necessidade de voltar à CPMI do golpe aumenta. Requerimento de minha autoria já está aprovado. Relembre as acusações contra ele”, postou no Twitter o deputado Rogério Correia ( PT - MG ) ao compartilhar link do blog.

As condições para firmar o acordo de delação premiada ainda precisam ser definidas pelo Ministério Público Federal ( MPF ) e ela só passa a valer após homologação ( aval ) do STF, conforme divulgou a Andrea.

“O juiz Marco Antônio realizou uma audiência com Cid e seu advogado para verificar se o ex - ajudante de ordens de Bolsonaro realmente quis fazer delação ao DPFl. Agora, o ministro do STF Alexandre de Moraes analisou e homologou a delação”, detalhou Andrea, ao informar também que ainda não há informações sobre o foco da delação, pois Cid é investigado em mais de um caso.

“Feriado de Sete de setembro tem a marca azeda para o bolsonarismo: em paz e sem ameaças de golpe, com Cid decidido a contar tudo e TCU questionando a viagem da fuga no fim de mandato”, comentou Correia no Twitter ao postar matéria do site Metrópoles com o título "O campo minado que Cid deixou para Bolsonaro".

“Cid está no centro de investigações que cercam Bolsonaro ( … ) Hoje ele é visto como o maior trunfo dos investigadores para se descobrir tudo o que se passava no entorno do então chefe do Poder Executivo Federal ( PEF ) ( … ) Tudo pode sair da boca de Cid, cuja função oficial era a de, exatamente, assessorar Bolsonaro e lidar com interlocutores ( … ) Cid centralizava tudo ”, diz a matéria do Metrópoles.

O site apurou também que, devido à grande proximidade com Bolsonaro e à sua boa formação acadêmica, Cid tem condições de “ explorar eventos com profundidade e apresentar provas com detalhamento ”. A matéria segue dizendo que Cid era uma espécie de “ faz tudo ” que servia de anteparo de Bolsonaro.

“Todo tipo de informação e apelo chegava a Cid. Inclusive, eventualmente, contatos de empresários interessados em participar do governo e até militares com ambições golpistas ( … ) Cid pode desmentir versões e implicar Bolsonaro”, escreveram os repórteres do Metrópoles que assinam a matéria, Maria Eduarda Portela e Arthur Guimarães.

Trajetória de cumplicidade com Bolsonaro na prática de crimes


Escolhido para integrar a equipe de Bolsonaro antes da posse de Dois mil e dezenove, Cid tinha como tarefas ajudar nas lives, filmar o “ cercadinho ” e intermediar encontros entre o Bolsonaro e autoridades estrangeiras. Ele recepcionava visitantes no Palácio da Alvorada ( Residência oficial do PEF ), tinha acesso privilegiado ao celular de Bolsonaro e tinha acesso às contas bancárias.

Preso dia Três de maio de Dois mil e vinte e três na Operação Venire, que investiga falsificação de cartões de vacina, e tratado pelo DPF como membro da quadrilha formada, entre outros, por Bolsonaro, sua esposa Michelle, o general Mauro Lorena Cid, que é seu pai, Cid passou mais de Dez horas depondo na sede do DPF, em Brasília ( no Distrito Federal - DF ), dia Vinte e oito de agosto de Dois mil e vinte e três. O DPF apurava a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça ( CNJ ) pelo hacker Walter Delgatti Neto. Desde então, Cid já vinha negociando o acordo de delação, segundo Andrea.

Dia Trinta e um de agosto de Dois mil e vinte e três, quando o DPF realizou oitivas simultâneas para evitar a combinação de versões na investigação do desvio e venda das joias dadas de presente por autoridades estrangeiras ao Estado brasileiro, Cid e seu pai decidiram falar, ao contrário de Bolsonaro e Michelle. Cid levou as joias em sua mala no avião da PR, dia Trinta de dezembro de Dois mil e vinte e dois, quando Bolsonaro foi para Orlando ( no Estado da Flórida - FL ) nos Estados Unidos da América ( EUA ) e não passou a faixa presidencial ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ( do Partido dos Trabalhadores - PT ).

Ajuda do pai general “camelô de luxo”


O DPF já tem provas de que os valores obtidos por Cid e seu pai, antigo companheiro de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras ( AMAN ), com as vendas das joias foram convertidos em dinheiro vivo e entregue a Bolsonaro. Cid levou as joias para os EUA e seu pai teria atuado tanto para vendê - las como para ajudar a recomprá - las quando o Tribunal de Contas da União ( TCU ) ordenou que Bolsonaro as devolvesse. Lourena Cid ficou conhecido como “ camelô luxo ” porque era o responsável por negociar as joias e os demais bens nos EUA, segundo o DPF, e recebia os valores em sua conta bancária.

Apreendido pelo DPF, o telefone celular de Cid foi a fonte de várias evidências de crimes. Uma das mensagens mostra que ele e um ex - assessor de Bolsonaro, coronel Marcelo Câmara, discutiram sobre a legalidade da venda de joias.

O relatório do DPF mostrou que Cid teria intermediado a venda de uma caixa de joias dada a Bolsonaro pelo governo saudita a uma loja de luxo de Nova Iorque. As peças foram colocadas em destaque num catálogo da Fortuna Auction, com preços de Cento e vinte mil dólares mil a Cento e quarenta mil dólares e o leilão para compra das joias foi em fevereiro de Dois mil e vinte e três. Segundo o TCU, os presentes deveriam ficar no acervo da União.

O DPF encontrou também no telefone celular de Cid uma minuta para a decretação de Garantia da Lei e da Ordem ( GLO ) com previsão de estado de sítio “ dentro das quatro linhas ” da Constituição Federal de Mil novecentos e oitenta e oito ( CF - 88 ), termo muito usado por Bolsonaro.

Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( COAF ) mostrou que Cid movimentou Três vírgula sete milhões de reais entre julho de Dois mil e vinte e dois e maio de Dois mil e vinte e três, valores incompatíveis com o patrimônio de CID, que tinha salário bruto de Vinte e seis mil reais.

Com informações de:

Agência PT de Notícias

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